Mulher criatura
Peter abriu os olhos num sobressalto.
Elvira estava parada bem à sua frente, como se tivesse se materializado das sombras do passado. O mesmo olhar. O mesmo silêncio. Só que agora… ela usava salto alto, batom escuro e um sorriso que não dizia nada, mas insinuava tudo.
Ele se ajeitou na cadeira, sentindo o coração bater no pescoço, limpando o suor com o dorso da mão.
“ Você... “Sussurrou, com a voz rouca, misturada de medo e desejo. “ Era você... na selva?”
Elvira o ignorou e apenas inclinou levemente a cabeça.
“Precisa falar com Rocco, Delegado chegou a hora venha” respondeu, como se suas palavras já estivessem decididas horas antes.
Peter assentiu com um nó no estômago.
Guardou a garrafa, pegou o coldre com os dedos trêmulos. O mundo que conhecia estava ruindo diante de seus olhos. E ela… ela era a ponte entre o que era real e o que ele sempre chamou de loucura.
Saíram juntos, como sombras caminhando para dentro da tempestade.
Naquela noite, sob a luz pálida da lua ch