As Amenidades Acabaram
O relógio fazia um tique irritante na parede da sala. Sabine andava de um lado para o outro como uma loba em gaiola. As unhas curtas batiam no antebraço, os olhos faiscavam, e o cheiro do mundo lá fora parecia abafado, errado.
Andrey a observava sentado no braço do sofá, braços cruzados. O brilho de alerta nos olhos dele começava a se tornar preocupação real.
“Sabine... para. “ Disse ele, a voz baixa, mas firme.
“ Eu não devia ter deixado os meninos fazerem aquele serviço.” disse ela, num rosnado contido. “ Primeiro o ataque ao sorveteiro... depois aquela caçada por diversão. Isso atrai coisa ruim. E eu sinto, Andrey... tem algo me rondando. Algo que já me conhece.”
“ Você tá exagerando.” ele rebateu, com desdém no olhar. “Natan e Lucas são rápidos, fortes. Eles são Wendigos, como você. Não são crianças de escola.”
Ela parou por um segundo. Depois foi até a janela, como se algo além do vidro a chamasse.
E então... ela a abriu.
O vento entrou como um soco.
E junt