Capítulo 5 | Judy

Os celulares de todos os alunos do refeitório começam a apitar, anunciando a chegada de uma nova mensagem.

E então o burburinho começa, alguns estão rindo, outros estão chocados e todos estão olhando para Isaac Fisher, que está com o cenho franzido e pega o celular do amigo. Seus olhos ficam arregalados e então ali está ela, a expressão de desespero.

Isaac se levanta da cadeira apressado e sai do refeitório sendo vaiado por todos. Até que noto que Chase Gray está com os olhos focados em mim. Apenas levanto meu copo de suco, cumprimentando-o com um sorriso debochado no rosto. Ele levanta uma sobrancelha.

Isso aqui é apenas o início da nova Judy. Os alunos começam a se acalmar e o assunto agora é apenas Isaac Fisher. Estou tão feliz que consegui fazer algo tão maligno e estou com a consciência tranquila.

— Arraso, amiga. — Patsy fala, e batemos as mãos como uma grande equipe depois de uma vitória.

— A partir de agora, prometo que vou devolver todo o constrangimento que sofrer 10 vezes pior. — Prometo à minha amiga, que me olha até emocionada.

— Um brinde às mocinhas ingênuas que viraram vilãs. — Patsy levanta seu copo de suco.

— Um brinde. — Selamos o nosso brinde, dando ótimas gargalhadas da situação. Ficamos ali por mais um tempo até terminar o nosso almoço, Chase continua me encarando e eu apenas finjo que ele não está ali.

— Qual é a sua aula agora? — Patsy pergunta enquanto estamos caminhando pelo jardim da universidade. O prédio do curso de Direito não é muito longe daqui, o que torna nossa vida mais prática.

Pego o papel onde anotei os horários da semana até me acostumar com eles e analiso.

— Agora é revisão de leitura de contratos. — Essa aula é extremamente chata.

— Boa sorte, amiga, sei que você odeia essa aula. — Patsy fala, dando uns tapinhas no meu ombro direito. Apenas reviro os olhos e giro nos calcanhares, caminhando na direção da aula da professora Dra. Ruby Sharp.

Escuto as gargalhadas da minha amiga às minhas costas e apenas estendo o dedo do meio para ela, sorrindo também. Ao entrar na sala, subo as escadas e me sento bem no meio.

A sala se abria em um semicírculo acolhedor, suas fileiras de carteiras de madeira dispostas em degraus, subindo suavemente como as ondas calmas de um lago tranquilo. O tom quente e melífluo dos painéis de madeira polida revestia as paredes, capturando a luz suave e difusa que atravessava as altas janelas foscas à direita, lançando sombras delicadas sobre o chão acarpetado.

Fileiras de cadeiras de malha preta, elegantes e ergonômicas, permaneciam alinhadas, vazias e silenciosas, aguardando o murmúrio de conversas e o farfalhar de papéis. À frente, um grande quadro-negro dominava a cena, sua superfície impecável, exceto por uma leve marca de giz, enquanto um projetor, suspenso no teto, parecia pronto para iluminar a ampla tela à sua esquerda, onde um toque de cor sugeria uma apresentação pausada.

O teto, adornado com iluminação embutida e moderna, contrastava com a arquitetura tradicional da sala. Uma porta entreaberta prometia acesso a corredores invisíveis, e um pequeno letreiro de saída de emergência brilhava em vermelho acima dela, um guardião silencioso na quietude. O ar carregava uma sensação de expectativa, como se a própria sala aguardasse o retorno de seus ocupantes para ganhar vida em sua ordem serena.

Isso aqui é um inferno, isso sim. A professora Ruby Sharp entra na sala com a sua carranca de sempre. Suas roupas condizem com a sua idade, uma senhora de 60 anos que já deveria estar aposentada há décadas. Mas está aqui com sua presença detestável e o seu rigoroso modo de avaliação. Ela usa óculos de aro grosso, e as lentes também são grossas, seu cabelo está perfeitamente penteado para trás e amarrado em um rabo de cavalo bem feito.

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