Capítulo 4
Livia lentamente pegou a mão de Caius e a pressionou gentilmente contra seu abdômen inchado.

— Sinta isso.

— Nosso pequeno acabou de me dar um chute. Me pergunto se ele está chateado com alguma coisa.

Os olhos de Caius se arregalaram, todo seu corpo tensionando de excitação.

— Ele está se mexendo! Meu filho, ele está respondendo a mim!

— Nosso futuro Don tem um chute forte. Me manteve acordada a noite toda. — Livia ronronou, se derretendo contra ele.

— O médico disse que o bebê precisa da companhia do pai, mesmo no útero. Isso os ajuda a criar vínculos.

— Caius, você tem que passar mais tempo com ele.

— Mas hoje eu ia... — Caius parou, olhando para mim.

Livia de repente se curvou, sua testa franzida.

— Caius, estou um pouco tonta.

Ela se apoiou em seu peito, sua respiração rasa.

— Acho que fiquei muito tempo em pé hoje. Me sinto tão fraca. O médico disse que preciso descansar mais nos estágios finais, que muita atividade fetal pode ser um esforço.

Caius ficou instantaneamente em alerta máximo, a amparando.

— Vou levá-la de volta para seu quarto.

— Está tudo bem. — Livia disse com um sorriso fraco. — Posso voltar sozinha... você deveria ir com Alessia.

Mas mesmo enquanto dizia isso, sua mão não afrouxou o aperto em seu braço.

Eu me agarrei a um último fio de esperança de que Caius manteria sua promessa.

Mas quando ele se virou para mim, seu rosto uma máscara de culpa e indecisão, não fiquei surpresa.

Tinha sido assim desde que Livia engravidou, não tinha?

Ele finalmente olhou para mim, seu rosto tinha uma expressão de culpa e hesitação.

— Alessia... ela precisa de mim. O bebê vem primeiro. Todo o resto tem que esperar.

Vi o sorriso triunfante de Livia por cima do ombro dele.

— Tudo bem. — Eu disse, a palavra mal um sussurro.

De agora em diante, ela pode ser sua verdadeira esposa.

— Preparem o carro. — Disse ao guarda ao meu lado.

Com dois seguranças e um instrutor de paraquedismo, fui levada pelo motorista da família ao aeroporto, onde embarcamos em um pequeno avião particular e voamos em direção à base de paraquedismo nas montanhas.

Quando o anoitecer chegou, Caius estava sentado na sala de jantar da propriedade Falcieri.

Uma inquietação inexplicável estava o corroendo o dia todo. Ele sentia que algo ruim ia acontecer.

Mas o médico da família havia acabado de confirmar que Livia e o bebê estavam perfeitamente bem... então seria Alessia?

Ele imediatamente descartou o pensamento.

A Dona nunca viaja sem os melhores homens. Ela está segura.

— Don. — A criada, Maria, se aproximou dele, sua voz hesitante. — Há algo que acho que você deveria saber.

— O que é?

— Quando a Dona estava esvaziando seu ateliê. — Maria disse, sua voz baixa. — Ela deixou cada peça de joia que você já deu a ela.

O coração de Caius pulou uma batida.

— Todas?

— Sim, Don. Incluindo... incluindo sua aliança de casamento.

A aliança de casamento.

Aquela que ele mesmo havia colocado em seu dedo.

Ela a havia tirado.

— Ela também disse... — Maria hesitou novamente. — Ela disse que não levaria uma única coisa que pertencesse à família Falcieri.

Nesse momento, passos frenéticos ecoaram do corredor.

Tony, um de seus capos mais confiáveis, irrompeu na sala.

— Don! — Ele gaguejou, seu rosto branco como fantasma. — O avião da Dona. Caiu nas montanhas. Perdemos contato. Eles... eles encontraram os destroços.

Ele respirou fundo e irregular, sua voz rachando.

— Don... não houve sobreviventes.
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