Louise Smith carrega consigo um segredo desde a infância: uma paixão ardente por Josh Brown, seu cunhado. Josh, um homem encantador com olhos azuis penetrantes, sempre a viu como sua irmãzinha. No entanto, Louise está determinada a transformar essa conexão. Josh é o tipo de homem que arranca suspiros por onde passa, com um sorriso capaz de tirar o fôlego. Desde os tempos de escola, ele esteve ao lado de Louise, pronto para ajudar e até mesmo puxando sua orelha quando ela se metia em confusões. Apesar disso, Josh insiste em chamá-la de “irmã que ele nunca teve”. Louise está decidida a provar que essa ligação vai além dos laços familiares. Quem sabe o destino, de forma irônica, transforme essa paixão de infância em algo mais profundo e enlouquecedor.
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EU E SCARLETT, minha irmã, estamos na cozinha, sentadas à mesa com o aroma do café fresco pairando no ar. Era mais um de nossos momentos tranquilos, antes da agitação do dia começar.
— Vamos, Louise.
Respiro fundo.
— Tá bom, Scar. Eu vou — respondo, dando um gole no café ainda quente.
— Sabe que eu te amo, né?! — Ela me abraça com carinho.
— Eu também te amo. — Um sorriso involuntário surge em meu rosto.
— Posso saber aonde vocês vão? — meu pai pergunta, assim que entra na cozinha.
— Em um dos jantares da família do Adam — Scar explica a ele e se vira para mim no mesmo instante, parecendo se dar conta de algo apenas agora. — Ah, você precisa de um vestido.
— Não posso ir de moletom?
— Não, né – responde e revira os olhos.
Ela já me falou muitas vezes sobre a empresa, mas acabei nunca prestando a devida atenção. Tento disfarçar ao tomar mais um pouco do café e, por sorte, o assunto foi para o trabalho.
— E quando que é a sua entrevista?
— Hoje, após o almoço — falo, sem muitas expectativas.
— Volte a trabalhar conosco — meu pai pede.
— Eu agradeço, pai, mas não.
— Não sei como você aguenta trabalhar com a mamãe — Scar debocha.
— Meninas, isso é com o tempo. — Meu pai ri enquanto enche a sua caneca de café.
Meus pais têm uma escola, na qual meu pai é professor de gastronomia, minha mãe cuida da parte administrativa, e eu ajudo com o marketing da empresa. Como a minha mãe não é uma pessoa muito fácil de se lidar, eu me demiti, após mais uma de nossas pequenas discussões recorrentes. Meu pai sempre tentou amenizar nossas brigas, e eu continuava trabalhando com eles, mas não deu dessa vez. Eu não aguentei.
— Eu também não sei — brinco, e todos rimos.
— Achei que você não ia durar muito tempo — meu pai afirma.
— Dois anos já foram o bastante pra mim.
— Do que vocês estão falando? — minha mãe pergunta assim que entra na cozinha.
— Sobre a entrevista da Louise. — Scar muda de assunto.
— Filha, volte a trabalhar com a gente — minha mãe pede.
— Não, mãe. Já tenho 23 anos, quero conhecer novos ares — tento explicar, pois não quero magoá-la.
Terminei a faculdade há um ano, mas apenas trabalhei com os meus pais até agora. Então essa ideia de procurar outro emprego me assusta um pouco. Ao mesmo, me causa um friozinho na barriga, ansiosa por vivenciar coisas novas.
— Tudo bem. Caso mude de ideia…
— Obrigada, mãe — interrompo.
— Vamos, Charles — ela chama o meu pai, que ainda está saboreando o seu café. – Já estamos atrasados.
— Me deixe terminar o meu café.
— Não, não temos tempo. — Minha mãe manda e desmanda no meu pai. Ele sempre a obedece, nunca o vi contrariando-a nem uma vez sequer. — Vai tomando no carro — ordena e, claro, ele obedece.
— Tchau, meninas. Amo vocês — os dois falam ao mesmo tempo e saem.
— Olha, eu admiro muito o papai com esse autocontrole todo com a mamãe.
— Todos nós.
Scarlet é minha irmã mais nova, com seus 18 anos, e já tem um pouco mais de um ano que ela está namorando com o Adam.
Ele é um fofo com ela, e até hoje as nossas famílias ainda não se conheceram, meus pais nunca têm tempo, e nem os deles. Adam trabalha com o irmão mais velho, embora isso não signifique que seja fácil. Ele só tempo para a Scar, o que me deixa muito feliz. Quando ela estava na oitava série, um menino partiu seu coração, o que me deixou muito furiosa. Por mais que ela já seja uma moça, ainda assim é o meu bebê. Fico feliz que o Adam dê toda a atenção que ela precisa.
— Preciso ir, e boa sorte. — Scar me abraça. — E manda um beijo para o Alex.
— Pode deixar.
Alex é meu namorado e apesar de nos conhecermos desde que éramos crianças, estamos juntos um pouco mais de quatro anos. Há alguns meses, ele terminou o tratamento contra o câncer. Começamos a namorar depois que ele descobriu a doença, quando precisou de apoio e eu estive do seu lado.
Meu namorado mora com o irmão mais velho, o Josh, que tem uma namorada nada legal. Seus pais moram na França e vêm todo fim de semana para ficarem com eles.
Ele é um amorzinho e, com certeza, merece que eu o ame profundamente, e não apenas por ser uma pessoa muito boa. Tentei terminar algumas vezes, mas ainda não consegui. Não me parece ser justo estar com Alex, amando-o menos do que ele merece, já que meu coração pertence a outro.
A pessoa que eu amo tem um nome diferente. É uma paixão de infância, e o meu verdadeiro amor. Seus olhos azuis nunca saem da minha cabeça, e seu sorriso de tirar o fôlego aquece meu corpo por inteiro. Ele é um pouco mais velho, e isso não o impede de sempre me ajudar. É só eu dizer que preciso de algo, que ele logo ficava pronto para vir ao meu encontro. Quando eu me metia em confusão na escola, lá estava ele, para puxar a minha orelha e me salvar.
Mas, aos seus olhos, sou a irmã que ele nunca teve. Broxante, não?
Olho ao meu redor, percebendo que estou, enfim, sozinha em casa. Tem coisa melhor do que isso?!
Me lembro de que marquei de almoçar com o Alex, antes da minha entrevista. Decido limpar a casa toda antes de sair, já que a Olga, quem trabalha como governanta em nossa casa, está de folga hoje. Antes ela era a minha babá, depois passou a cuidar da Scar e, para que ela não nos deixasse, minha mãe decidiu que ela seria a nossa governanta.
Depois que a casa está limpa, tomo um banho, no qual me demoro, para relaxar.
LouiseALEX JÁ ESTAVA ficando maluco. É difícil de aceitar que a ambição e o ciúme podem fazer com que uma pessoa chegue a esse nível.Meu mundo voltou ao normal quando vi meu Josh aparecer para me salvar, como ele sempre fazia na época da escola.Fiz alguns exames quando estava no hospital e a nossa menina está bem. Ainda não tive a oportunidade de contar para o Josh que vamos ter uma menina, pois saímos do hospital e fomos direto para casa. Apenas tomamos um banho e fomos ao funeral do seu pai. Sua mãe estava arrasada, assim como o Josh, mas conseguimos fazer o funeral do Anthony e do Alex juntos.Alguns dias depois, Teresa saiu do hospital. Ela e a sua menina estão bem, uma linda menininha que se chama Agatha.Depois, ela nos contou o plano do Alex. Conseguimos entender por que ele fez o que fez. A polícia conseguiu chegar até um homem, chamado Eduardo, que foi preso, pois era ele quem ajudava o Alex, fornecendo tudo o que ele precisava.A mãe do Josh está passando algum tempo com
JoshDEPOIS QUE CONSEGUI a gravação da clínica, vi que o Alex a levou, mas não consegui ver qual carro que ele estava usando, pois a câmera alcançava até a calçada.Então resolvi colocar uma foto do Alex em um dos noticiários mais assistidos de Nova Iorque. Começamos a receber várias ligações, mas nem todas as informações eram verdadeiras.— Alô!— Josh, alguma novidade?— Ainda não. Como a minha mãe está?— Tiveram que sedá-la novamente.— Preciso ficar com ela, mas também preciso encontrar a Louise.— O funeral é amanhã cedo.— Ok!O mundo parece estar desabando de uma vez só. Por que o Universo está conspirando contra mim?Meu pai morre e minha mulher fica desaparecida!— Senhor, temos uma pista. — Estou na delegacia e, quando o delegado me dá essa notícia, fico um pouco mais tranquilo.— O que descobriram? — pergunto.— Recebemos uma ligação de uma mulher e ela disse que ele estava hospedado no hotel do pai dela.— Vamos até lá! — falo, caminhando em direção à saída, e o delgado m
LouiseTENTO ABRIR OS OLHOS, mas eles estão pesados. Minha cabeça lateja, parecendo que vai explodir. Respiro fundo e, mais uma vez, forço os meus olhos a se abrirem. O ambiente ao meu redor é estranho e desconhecido. Estou deitada numa cama e, ao tentar me apoiar para me sentar, percebo que minhas mãos estão amarradas. Tento gritar por socorro, mas há algo em minha boca que impede qualquer som.. Droga! O que aconteceu?As lembranças voltam em partes: eu saindo da clínica, o carro preto do outro lado da rua, alguém me agarrando por trás. Essas são as últimas coisas das quais me lembro.O quarto onde estou é pequeno, de cor marrom. Uma televisão ocupa um dos cantos, uma poltrona está próxima à janela, e há uma porta perto da cama. Meu olhar se fixa no criado-mudo ao lado da cama, onde estão meu celular e minha bolsa. Eu preciso ligar para o Josh, mas quando ameaço me levantar, a porta se abre com um rangido.— Louise, achei que ia dormir por mais tempo — Alex fala. — Eu trouxe comida
Alex— Por que ele teve que me desafiar? Não era para as coisas saírem do controle. Merda! Merda! — digo para mim mesmo.Quando eu vi Teresa caída naquele chão, o meu mundo desmoronou, mas eu precisava me manter em pé. Saí de lá às pressas, antes que a polícia chegasse, e em vez de ir à minha casa, eu fui para um hotel barato de beira de estrada. Tenho certeza de que ninguém vai me encontrar.Quando chego aqui, pago para um menino da vila comprar roupas novas para mim. Preciso me livrar daquelas roupas ensanguentadas, e é claro que também preciso de um baseado. Tenho que esquecer tudo o que aconteceu, pelo menos por ora. Não demorou muito e o menino apareceu com algumas peças de roupas. Tomo um banho e depois de me enxugar, acendo o baseado.Agora, sei por que eles me tratavam com tanta indiferença: não sou um legitimo Brown. Mas serei o único, pois Josh terá que renunciar a tudo o que tem, se não quiser que eu mate Louise e seu filhinho.Por que a Teresa tinha que estar no meio daque
Louise— MATTHEW ME CONTOU assim que eu cheguei. Minha mãe ainda está muito abalada. — Ele encara o nada, perdido em pensamentos. — Ela presenciou tudo e não sabia se socorria meu pai ou Teresa.— Quem ligou para Matthew?— Uma das empregadas.— E por que não ligaram para você?— Na verdade, ela ligou para o escritório e, por sorte, para o ramal errado. A ligação caiu para Matthew.Terminamos de tomar o nosso café, Josh e eu devolvemos nossos celulares um para o outro, pois, agora que o dele está com carga, pode devolver o meu.O lembrete do meu celular toca, avisando que hoje tenho uma consulta de rotina, para ver como o nosso bebê está.— O que foi? — Josh pergunta.— Tenho uma consulta hoje — conto. Ele me encara sem jeito. — É de rotina, não me importo de você não ir.— Mas você vai sozinha?— Sim.— Louise...— Josh, é apenas uma consulta de rotina. Se você quiser, eu posso remarcar.— Não. O nosso bebê é mais importante.Seguimos para a sala de espera.— Então já vou indo.— Vei
JoshO QUE ME DEIXA intrigado é que Matthew está ligando para ela neste momento. Só então me lembro de que não coloquei o meu celular para carregar. Como Louise está sonolenta, decido atender por ela.Me levanto e visto o meu robe.— Alô! — digo, saindo do nosso quarto.— Louise, Josh está com você?— Sou eu. O que aconteceu?— Por que não atendeu a bosta do seu celular? — Ele está furioso.— Estava resolvendo uns assuntos com Louise, e a bateria do meu celular acabou — explico.— Estou no hospital central, seu pai brigou com o Alex.— E como o meu pai está?— O seu estado é delicado. Teresa também foi baleada.— Estou indo pra lá agora.Volto ao nosso quarto e Louise ainda está dormindo. Decido não a acordar, pois o seu dia foi muito cansativo. Vou até o closet e pego algumas peças de roupas, tentando não fazer barulho enquanto me troco. Saio nas pontas dos pés.— Vai sair, senhor Brown? — um dos seguranças me pergunta.— Sim.— Só um minuto. — Ele vai em direção ao estacionamento bu
Último capítulo