Abracei meu filho com força. Não aquela força que aperta demais, mas a que envolve com amor e urgência, como quem reencontra um pedaço perdido de si. O coração dele batia rápido. O meu também. Era como se ambos, pela primeira vez, se permitissem alinhar, batendo na mesma frequência.

Eu não fazia ideia de quanto tempo permaneci ali, com ele aninhado nos meus braços, mas cada segundo era um milagre.

Ana estava encostada na parede, os braços cruzados e os olhos marejados. Um sorriso pequeno e sincero escapava de seus lábios. Havia ali uma mulher exausta, mas inteira. Uma mãe que, mesmo em pedaços, conseguia amar com tudo o que tinha.

— Papai... posso te contar um segredo? — Nando murmurou, a voz abafada contra meu ombro.

— Claro que pode, campeão — respondi, ajeitando o lençol com cuidado.

— Eu pedi pra estrela cadente que você viesse.

Fechei os olhos por um instante, tentando conter as lágrimas que já começavam a se formar de novo.

— E a estrela ouviu — sussurrei, beijando seus cabelos.