Enzo Albuquerque
Minhas mãos estavam suando. A cada passo pelo corredor branco e silencioso daquele hospital, meu coração parecia bater com mais força. Como se soubesse que estava prestes a encontrar um pedaço de mim que eu nem sabia que existia.
Ana caminhava ao meu lado, em silêncio, e eu não sabia se era por causa da tensão no ar ou porque ela ainda estava magoada comigo. Provavelmente era um pouco dos dois. E, sinceramente, eu não podia culpá-la. Meu orgulho me fez virar as costas no momento mais importante da vida dela… da nossa vida.
Ela parou em frente a uma porta azul-clara. Havia um desenho preso ali, feito com lápis de cor e muita imaginação. Era de um super-herói com uma capa vermelha esvoaçante, voando sobre um hospital com um sorriso no rosto. O nome “Nando” estava rabiscado em letras tortas no canto.
Meu estômago revirou.
— É aqui — Ana disse, com um sorriso discreto, mas os olhos marejados.
Assenti, tentando controlar o tremor nos meus dedos. Ela empurrou a porta devag