Ana Luiza Martinelli
Acordei bem cedo, fiz tudo que precisava e, quando desci, minha mãe estava na cozinha preparando o café.
— Bom dia, minha filha! Dormiu bem? — minha mãe perguntou, e assenti.
— Sim, mãe! A senhora não precisa ficar preparando o café. Eu pedi pra senhora ficar no meu apartamento pra ter uma companhia, e não pra fazê-la de empregada.
Minha mãe olhou pra mim ofendida, e por um segundo imaginei ela metendo a colher de pau na minha cabeça, como fazia quando eu era criança.
— Não estou me fazendo de empregada. Eu gosto de cozinhar pra você, pro seu irmão e pro meu neto. Isso me faz sentir viva.
— Só não quero que a senhora se canse.
— Não sou tão velha quanto você tenta me pintar.
Minha mãe estava certa. Ela era uma mulher de 53 anos e estava em ótimo estado.
— A senhora é uma gata! Nem parece que tem dois filhos marmanjos e um neto.
Dona Fátima sorriu com meu comentário e me abraçou.
— Isso mesmo! Sua mãe é muito gata e ainda dá um belo caldo. — Nós duas rimos.
— Deix