Enzo Albuquerque
Assim que saí do restaurante, liguei para o meu pai. Ele atendeu rapidamente, já perguntando se era algo sobre os exames. Expliquei que não, e contei sobre meu almoço com Gabriel e tudo o que conversamos.
— O menino está magoado com você, e com razão, Enzo. — disse ele. — A Fátima me contou que Gabriel parecia a sua sombra. Ele gostava muito de você e te admirava de verdade. Com certeza foi um golpe para ele ver a irmã devastada por causa do cara que ele considerava um irmão.
Meu pai estava certo. Gabriel sempre me pedia conselhos, me contava segredos e me fazia prometer que não revelaria nada à irmã. Ele morria de medo dela. Lembro que até o ajudei uma vez a melhorar as notas em uma matéria que ele achava inútil, mas que precisava passar. Ele dizia que, se ela soubesse, além de levar um sermão, ela ainda contaria para a mãe.
— O senhor tem razão, pai. Agora, seria bom se o senhor conversasse com ele... já que está ficando com a mãe dele.
— Eu lá sou homem de “ficar”