O escuro daquele lugar estava me consumindo inteira, como se eu tivesse sido jogada no fundo de um poço sem fim.

O cheiro podre continuava impregnado no ar, e eu já não sabia se era dos corpos ou do próprio lugar.

Meus olhos, mesmo arregalados, não conseguiam enxergar nada além de sombras confusas. A respiração pesada do animal rondando o espaço me lembrava, a cada segundo de que eu não estava ali sozinha.

O som do meu coração ecoava dentro da minha cabeça, como um tambor descompassado. Cada vez que o animal arrastava as patas no chão, o barulho se misturava com o pulsar nos meus ouvidos.

Eu me encolhi mais ainda no canto, abraçando os joelhos, tentando ficar invisível.

Foi então que ouvi.

— Ellie... — A voz grave ecoou, firme, mas suave.

Meu coração parou por um instante. Era David. Eu tinha certeza.

Ele estava ali, chamando por mim.

Tentei me levantar, cambaleando no escuro, mas logo percebi que era impossível. Não havia ninguém. Só eu e o animal.

— Não... você não está aqui... — su