Pietro Castellane:
As portas do meu escritório se abrem com violência, batendo contra a parede com um estrondo que ecoa pela sala como um trovão. O som é tão abrupto que faz com que eu levante os olhos da pilha de papéis sobre minha mesa, as mãos pousando instintivamente sobre a superfície da madeira polida.
— Senhor, já disse que não pode entrar! — A voz de Emilie ecoa alterada, quase desesperada, enquanto ela tenta, em vão, impedir o avanço do intruso. — Saia por educação antes que eu chame os seguranças!
Mas o homem a ignora completamente. Ele é alto, imponente, vestindo um terno preto impecável que parece ter sido cortado sob medida para destacar sua postura dominante. Seus passos são firmes, calculados, como se estivesse desfilando em um território que já considerava seu. O olhar gelado que ele lança para Emilie é suficiente para fazê-la tremer, e ela recua, os olhos arregalados, como se tivesse sido confrontada por uma força maior do que ela poderia suportar.
— Saia do meu camin