Fernanda Castellane:
O mundo para quando seus lábios tocam minha barriga, num beijo tão terno que arde como fogo, com uma reverência inesperada que me faz querer chorar.
— Cresça, minha criança... — ele sussurra contra minha pele, a voz tão cheia de amor. — Seus pais estão aqui. Te esperando, ansiosos para te conhecer.
Pietro se levanta devagar, como se o chão que pisasse fosse sagrado. O olhar dele permanece fixo no meu rosto, tão intenso que faz meu coração doer. Sinto como se ele enxergasse além da minha pele, além da confusão, da coragem e do medo. Como se ele visse a mulher inteira que eu sou — assustada e grávida — e ainda assim, quisesse me amar mais por isso. Não consigo conter mais as lágrimas. Elas escorrem silenciosas, quentes, lavando tudo que ficou preso dentro de mim por dias. Minhas mãos agarram a camisa dele com força e, sem pensar, me jogo contra seu peito e grudo meus lábios nos dele.
O beijo é desesperado, molhado de emoção, cheio de tudo o que eu não consegui dizer