Fernanda Castellane:
— Não entra aí! — grito, sem pensar, correndo pelo quarto como se minha vida dependesse disso.
O grito rasga minha garganta antes que eu possa pensar, um reflexo puro de pânico. Meu corpo se lança em direção ao banheiro como se estivesse disputando uma corrida contra a morte — pés descalços batendo no chão frio, quase escorregando no tapete, mas me mantenho de pé.
Pietro está quase dentro do banheiro, com a luz acesa. Meu coração bate ainda mais rápido, ele para, seus olhos fixos em mim, aproveito e bloqueio a porta com o meu corpo.
Pietro recua um passo, surpreso, me encarando com as sobrancelhas erguidas. O olhar dele se estreita com uma mistura de confusão e algo mais… desconfiança.
— Por que não? — ele pergunta, a voz baixa, controlada, mas carregada de alerta.
— Eu... eu… — minha voz falha.
Minhas mãos se fecham em punhos tão apertados que as unhas cavam sulcos na palma. O ar queima nos pulmões, uma onda de medo adentrando meu corpo.
Meu peito sobe e desce