Pietro Castellane:
Merda.
A situação é constrangedora, para dizer o mínimo.
Meu cérebro trabalha a mil, buscando uma saída, qualquer coisa que desvie a atenção do meu melhor amigo. Fernanda continua pálida, imóvel a minha frente, tentando se esconder atrás de mim, os olhos arregalados, quase sem respirar.
Eu preciso reagir. Rápido.
— As lembrancinhas que a Laura mandou buscar também não estão aqui — falo, forçando a minha voz a sair o mais natural possível, mesmo que por “dentro” – e pelo meu pau- esteja despedaçado pelo desejo latente que ainda pulsa entre nós.
Meu melhor amigo me encara por um segundo a mais do que deveria. Como se sentisse que há algo errado. Como se estivesse tentando decifrar o que diabos aconteceu nesse quarto antes de ele entrar.
Ele não pode saber.
Não pode nem sequer imaginar o que acabei de fazer com amada irmãzinha dele.
Se ele sonhasse… não, se ele desconfiasse…
Ele me mataria sem hesitação. E se não me matasse, certamente me castraria. E, honestamente?