POV OLIVER
Três semanas de casamento falso haviam me ensinado uma verdade dolorosa e inquestionável:
Sebastian Blackwood era um homem de rotinas inflexíveis.
Todas as manhãs, religiosamente, ele acordava às cinco e meia em ponto.
Café preto forte, sem açúcar, sem leite.
Jornal financeiro no tablet, lendo com aquela concentração laser enquanto tomava o café.
Terno impecavelmente passado, cada linha perfeita, cada botão no lugar certo.
Saíamos de casa às sete e quinze em ponto — nem um minuto antes, nem um minuto depois — e ele me deixava no meu andar antes de subir sozinho para o escritório executivo inacessível.
Três semanas inteiras.
E eu ainda me sentia como um intruso desajeitado na vida dele.
Como alguém que não pertencia àquele mundo reluzente e caro.
Naquela quinta-feira, porém, algo mudou.
Algo se rompeu.
— Oliver — Sebastian apareceu na minha mesa por volta do meio-dia, com as mãos enfiadas casualmente nos bolsos do paletó cinza perfeitamente cortado. — Vamos almoçar.
Não era u