A madrugada caiu sobre a casa como um lençol de fumaça quente, denso e quase sufocante. A penumbra envolvia o quarto em sombras trêmulas, e a luz amarelada do abajur era a única chama tímida que insistia em brilhar, espalhando um brilho tênue sobre os móveis silenciosos. Yanika estava de pé junto à janela, os dedos delicados acariciando a moldura fria enquanto sua camisola leve grudava no corpo úmido pelo suor, refletindo o calor sufocante daquela noite e o fogo que consumia seu interior.
O cheiro dele ainda impregnava sua pele — uma mistura profunda de cedro, terra úmida e uma masculinidade quase selvagem que parecia cravada em suas células, queimando como uma marca invisível. Era um perfume que, embora tão familiar, agora provocava uma fome insaciável dentro dela. Mas, apesar da memória ardente daquela presença, Yanika sentia um vazio voraz: aquilo… não era suficiente.
Ela fechou os olhos, deixando que o vento morno da noite acariciasse seu rosto, tentando, em vão, acalmar o coração