A manhã havia começado tranquila. Os gêmeos estavam especialmente agitados, rindo alto enquanto lambuzavam os dedos com chocolate, e Yanika — com uma paciência quase angelical — tentava manter tudo sob controle. A cozinha estava cheia de risadas infantis e do cheiro quente de massa de bolos e doces, mas dentro dela, algo estava errado.
Havia dias que seu corpo não respondia como antes. Um cansaço arrastado, uma tontura ocasional, e aquele enjoo... ela sempre culpava o estômago vazio ou o calor da cozinha, mas hoje parecia diferente.
— Não, meu amor, isso é açúcar... — riu, afastando a mão de uma das crianças do pote —, o sal é esse aqui.
O pequeno deu uma gargalhada e mergulhou os dedos no açúcar de novo. Ela sorriu, mas sentiu a cabeça girar. Um zumbido veio aos ouvidos. Ela piscou algumas vezes, tentando afastar a névoa. Estava segurando uma tigela, mas a borda da visão começou a escurecer.
— Espera... — murmurou.
E então caiu.
O barulho da tigela batendo no chão e os gritos dos gêm