No começo, eu não me mexi.
Ouvi a porta se fechar atrás de mim. Um clique seco. Não foi um estrondo nem um rangido. Apenas aquele estalo seco e definitivo, como o som de uma cela se fechando, trancando você junto com tudo o que mais temia e tudo o que mais desejava.
Meu peito subiu.
Depois desceu.
E subiu de novo, rápido demais.
Eu sentia o ar contra a pele... frio, cortante, implacável. Cada pedaço de mim estava nu. Cada parte de mim sabia disso. Minha bunda ainda ardia.
Minhas coxas estavam úmidas. Meu sexo pulsava como se tivesse esquecido o jeito de parar. E a voz dele ainda ecoava no meu ouvido, deslizando pela minha espinha, me envolvendo como uma segunda pele impossível de arrancar.
— Na cama.
Virei devagar.
Ele já estava no quarto. Já diminuía a distância entre nós. Já esmagava o pouco espaço que restava com o peso do corpo, da voz, da fúria e da necessidade. Seus olhos ainda brilhavam. Ainda me fitavam como uma presa.
Dei passos para trás.
Um. Depois outro. Até a parte de trás