Meu cérebro não conseguia processar tão rápido. Eu ainda tentava entender o primeiro bebê. Ainda tentava entender a gravidez, o vínculo, o pau de Alfa, o cio, e agora estavam me dizendo que talvez fossem dois?
As lágrimas escorriam pelo meu rosto, mas minha mente voava em cinquenta direções ao mesmo tempo. Eu me sentia enjoada. Me sentia quente. Me sentia tonta. Sentia todas as emoções possíveis de uma só vez.
— E se um deles estiver doente? — Sussurrei, com a voz tão baixa que nem parecia minha. — E se um estiver bem e o outro não? E se um morrer? O outro sobrevive? E se... e se...
— E se eu for jovem demais? E se meu corpo não aguentar? E se eu já tiver feito algo errado sem saber? E se o estresse estiver machucando eles? E se gritar agora estiver piorando tudo? E se eu perder um? Ou os dois? Ou todos? E se eu nem devia estar grávida ainda e agora o universo estiver tipo "HAHA, vadia, boa sorte sobrevivendo a isso"?
— Lyra — Disse a médica.
— Eu preciso que você se acalme, tudo bem?