MARIA AMARAL
Esperei alguns dias, quase fiquei sem unhas e abri um buraco no chão do apartamento, mas finalmente ouço o barulho da porta abrindo. Ele está de volta.
— Amaymon! — minha respiração fica presa quando ele passa pela porta. Está lindo em uma camisa branca e jeans escuro.
Meu corpo está cheio de saudades e tenho vontade de pular nele. Mas não o faço. Parece que tem algo errado. A felicidade da sua chegada se torna preocupação. Seu olhar é ameaçador na minha direção. Percebo que algo realmente está errado quando meu olhar segue para uma pasta cinza em sua mão.
Ele anda em minha direção, sem desviar o olhar do meu, sem dizer nada.
Só quando está a centímetros, para e diz:
— Maria Amaral. Dezoito anos. Irmã de João...
Viro as costas para ele. Não quero ouvir mais. Não quero saber o que ele descobriu sobre mim. Eu pedi que não me investigasse. Ele não cumpriu.
Meu corpo é virado bruscamente por sua mão em meu braço.
— Você sabia onde meu filho Florian estava. Você disse a ele qu