28. E se eu não fugir?
Caroline Hart
Eu não conseguia me mover.
Minhas mãos estavam no chão frio da floresta, e meus joelhos ainda afundavam na terra molhada, mas minha mente... minha mente parecia flutuar fora do meu corpo.
Damon Thorn tinha se transformado em um lobo.
Literalmente. Diante dos meus olhos.
Não em metáfora. Não em metáforas ou devaneios de dor.
Ele. Mudou. De. Forma.
E, mesmo assim, eu ainda o reconhecia.
Aquela criatura enorme, escura, de olhos dourados, me encarava com algo que não era fome. Nem selvageria.
Era cuidado. Não era igual ao lobo que me atacou, era completamente diferente.
Era ele.
Meus dedos se fecharam sobre a terra. Eu tremia. Não por medo, exatamente.
Mas por algo muito mais assustador: a incerteza.
Como alguém lidava com isso? Como alguém processava a ideia de que o homem por quem se sentia atraída, o homem que a beijou como se ela fosse seu ar, seu fogo, sua ruína... era uma criatura saída de uma maldita lenda?
O lobo não se mexeu.
Ele só me observava.
Um passo.
Depois