156. Rastreador
Caroline Hart
A vida é mesmo irônica.
Suas voltas, seus jogos. Suas promessas quebradas disfarçadas de destino.
Quando eu tinha quinze anos, costumava sonhar com o dia em que conheceria meu pai. Me perguntava se ele se pareceria comigo. Se gostaríamos das mesmas coisas. Se ele sorriria ao provar meu arroz com ervas o primeiro prato que aprendi a fazer sozinha.
Se ele me amaria.
Por que ele me abandonou?
Eram tantos “porquês” idealizados por uma adolescente carente de respostas.
Na adolescência, o mundo parece cheio de portas abertas. Acreditamos em recomeços, acreditamos que tudo vai fazer sentido algum dia. Tudo é intenso demais. Dói demais. Sonha-se alto demais.
Mas agora, tendo conhecido quem ele realmente é… entendo.
Eu nunca mereci um pai como Richard Lancaster.
E talvez..., talvez Deus e minha mãe tenham me poupado da pior condenação: crescer ao lado de um homem manipulador, egoísta, narcisista. Alguém que destrói tudo o que toca.
Hoje, olhando para o meu filho, consigo entend