157. Armadilha

Caroline Hart

O carro avançava pela estrada de terra como se carregasse o destino da nossa história em cada metro percorrido. Damon dirigia calado, os olhos presos à escuridão da trilha, e Ava, sentada no banco de trás, mantinha a postura firme. Mas suas mãos… suas mãos tremiam.

Eu queria dizer algo que a acalmasse. Algo como “vai dar tudo certo”. Mas a verdade é que eu não sabia. E mentir para ela, para mim mesma, parecia pior do que o silêncio.

Quando finalmente estacionamos, Damon desligou o motor sem dizer uma palavra. Estávamos a poucos metros da antiga fábrica de papel — um prédio abandonado, úmido, esquecido pelo tempo. O lugar perfeito para uma armadilha. E, ainda assim, o único lugar onde poderíamos virar o jogo.

Damon ajustou o fone de ouvido conectado ao microfone escondido no colar de Ava. Eu fiz o mesmo, o coração martelando dentro do peito.

“Está ouvindo?” ele murmurou e eu assenti."

"Vai ficar tudo bem."afirmei para ele, e para mim mesma."

Assenti. E então, ouvimos.

Av
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