Acordo.
Dante Tavares
Ela me disse não, um não, seguido por um Nunca, que me fez rir, eu a queria nesta mesa, na minha sala, gemendo, ofegando, dizendo o meu nome, mas tudo que ela quer é me afastar.
E isso, longe de me afastar, acendeu algo que não costumo permitir florescer.
A recusa dela não foi um jogo. Não foi charme barato.
Ela realmente acredita que pode me negar. E isso… me fascina.
Fiquei no restaurante até mais tarde, cuidando de papéis, contratos, ligações. Mas a verdade é que minha mente não saía daquele instante. Do modo como o olhar dela queimava de raiva e medo ao mesmo tempo. Do tremor sutil em seus lábios ao me enfrentar.
No início da noite, quando já estava recolhendo o paletó, um barulho seco cortou o salão.
O som de porcelana estilhaçando contra o chão. Ergui os olhos, curioso, e me aproximei.
Um cliente de terno barato, expressão vermelha de raiva, gesticulava de forma grotesca.
E ali estava ela. Isadora. O rosto baixo, as mãos trêmulas, tentando conter o estrago.
— Eu p