ENTRE DOIS ALFAS E MEU PRĂPRIO DESPERTAR
O silĂȘncio depois do que aconteceu era quase uma entidade prĂłpria. Denso. Vivo. Respirando junto conosco, enquanto tentĂĄvamos compreender â ou ao menos aceitar â a profundidade do que tinha acabado de se abrir dentro de mim.
Marco ainda me segurava como se o mundo pudesse me arrancar dele a qualquer instante. Seus dedos percorriam meu rosto, minha nuca, meu braço, como se ele precisasse garantir que eu estava inteira, aqui, viva, humana⊠e também não completamente humana.
Porque, no fundo, eu jĂĄ nĂŁo era mais.
â VocĂȘ cruzou metade do caminho, Alice â ele murmurou, voz baixa, intensa, carregada de emoção crua. â Metade. Sem orientação, sem preparo, sem nenhum ritual, sem guiaâŠ
Korran vibrava sob sua pele, inquieto como um lobo que acabara de ver algo impossĂvel.
â E ainda assim â Rafael disse, aproximando-se â ela voltou sozinha. Isso nĂŁo Ă© fraqueza, Alfa. Ă força. Da mais rara.
O olhar que Marco lançou para o Supremo era mais do que rivalidade.