Ecos de Verdades e Promessas Roubadas
A madrugada parecia sussurrar atravĂ©s das frestas da mansĂŁo. A floresta, imĂłvel, assistia ao silĂȘncio que seguia o furacĂŁo que havĂamos sido. Nossos corpos ainda entrelaçados sobre os lençóis bagunçados, quentes, marcados pelo suor, pelo desejo e pelas verdades que finalmente haviam escapado pelas rachaduras da nossa resistĂȘncia.
Marco estava deitado ao meu lado, os olhos voltados para o teto como se carregassem o peso de constelaçÔes extintas. Um homem e um lobo presos dentro da mesma pele, ambos agora em guerra com o que haviam deixado acontecer. Eu sabia que ele lutava consigo mesmo, mas naquele instante... ele também lutava por mim.
Eu me virei de lado, passando a ponta dos dedos pelo contorno de seu rosto. Ele piscou devagar, e por um breve momento, nĂŁo era o Alfa que eu via ali â era apenas um homem ferido, nu de armaduras.
â VocĂȘ me parece mais humano agora. â murmurei.
Ele sorriu de canto, mas sem alegria.
â NĂŁo sei se isso Ă© um elogio...