A apreensão cresce dentro de mim conforme entro no prédio. Ou melhor, a apreensão pelo que me espera nos primeiros minutos. Eu mal coloco o pé no corredor e a secretária do Carter já me chama, sua voz carregada de uma satisfação mal disfarçada.
— O senhor Carter deseja vê-la em sua sala. Imediatamente.
Seus olhinhos diabólicos brilham com uma alegria quase precoce. Vaca. Se isso fosse um tribunal, ela estaria na primeira fila, torcendo pela minha condenação.
Paro diante da porta onde se lê "CEO". Respiro fundo. Ok, Katerina, seja profissional.
Ao entrar, encontro Carter sentado atrás de sua mesa imensa de pau-rosa, concentrado em alguma coisa no computador. Ele nem ergue o olhar de imediato, o que me dá tempo de analisar a cena. O escritório impecável, o cheiro amadeirado e o próprio Carter, com aquele terno perfeitamente alinhado, exalando autoridade.
— Senhorita Martin. Sente-se.
Obedeço, cruzando as pernas com toda a compostura possível e apoiando as mãos sobre os joelhos. Espero.