CAPÍTULO 42
Narrativa de RB
A calmaria que pairava sobre o morro tinha cheiro de armadilha. Eu sentia isso no ar, naqueles dias que pareciam tranquilos demais para a vida que levávamos. Nada escapa ao meu olhar, e os detalhes nunca me enganam. Um homem recém-chegado observava cada movimento, fingindo interesse, mas os olhos frios traíam o que ele realmente queria. Não era abrigo, não era ajuda… era investigação.
Meus homens começaram a relatar pequenas incoerências: objetos sumindo de casas vazias, perguntas que não faziam sentido, gente entrando e saindo sem explicação. Eu ouvia tudo e analisava cada palavra. Um líder não pode vacilar, não pode deixar que o coração fale mais alto que a razão. E meu coração sabia que alguém tentava descobrir nossos planos, testar nossa fortaleza.
— RB… esse cara não é quem parece — disse o Júnior, aproximando-se devagar, olhando em volta como quem tem medo de ser ouvido. — Os vizinhos estão desconfiados, mas ninguém consegue apontar exatamente o