CAPÍTULO 56
Narrativa do autor
O morro estava com dificuldade. Quinze dias de guerra haviam deixado marcas, mas não medos. O cheiro de pólvora ainda se agarrava aos becos e às vielas, lembrando a todos que a sobrevivência dependia de estratégia e coragem.
RB entrou na sala principal da mansão, os mapas espalhados sobre a mesa. Júnior, e os principais soldados estavam presentes. As luzes baixas lançavam sombras nos rostos tensos, marcados pela última ofensiva.
— Ou a gente muda o jogo — disse RB, os dedos batendo na mesa — ou a milícia volta, e eles vão tentar de novo, mais inteligentes, mais frios.
Silêncio. Todos sabiam que ele não falava por falar.
— E o que você sugere? — perguntou Júnior, com o braço ainda enfaixado, mas os olhos atentos.
RB levantou, passou o dedo pelos mapas e começou a traçar linhas imaginárias, rotas, depósitos, locais de encontro da milícia.
— Nós vamos atacar fora do morro. Eles acham que a guerra é aqui. Acham que podem nos desgastar por dentro.