CAPÍTULO 53
O morro já não respirava tranquilo. As noites haviam voltado a ter aquele silêncio pesado, o tipo de silêncio que não nasce da paz, mas da espera. RB sabia ler cada detalhe, cada sombra, e agora tudo dizia que algo vinha se aproximando.
A primeira movimentação aconteceu numa terça-feira. Dois carros apagados estacionaram perto da estrada que levava ao pé do morro. Não subiram, não chamaram atenção com barulho, apenas ficaram lá, vigiando. Homens de dentro observavam com binóculos, como se calculassem cada beco, cada rota, cada entrada.
Um olheiro correu até a mansão e deu o aviso.
— Chefe, os caras tão lá embaixo. Não são polícia, não são bandidos de outra facção. É milícia. — O garoto falava ofegante, como se tivesse corrido com o coração na boca.
RB não se mexeu muito. Apenas acendeu um cigarro, tragou fundo e soltou a fumaça devagar.
— Eles acham que tão invisíveis. — A voz era baixa, mas cada palavra carregava ameaça. — Aqui ninguém entra sem ser visto.
Ele cha