CAPÍTULO 54
O sol ainda nem tinha subido direito e o morro já estava cercado por um silêncio estranho, o tipo de silêncio que não engana. RB sentia no ar, no peso das nuvens, na pressa dos pássaros que sobrevoavam o alto. Ele sabia: a milícia vinha com tudo.
Do terraço da mansão, ele observava os acessos. Carros blindados se posicionavam lá embaixo, escondidos atrás de caminhões. Drones sobrevoavam a parte baixa, filmando, estudando cada beco. O inimigo não era improvisado; vinha organizado, armado, disposto a varrer o morro da face da cidade.
RB não piscava. O cigarro queimava entre os dedos, mas a mente estava em outro lugar: calculando rotas, lembrando das armas escondidas, vendo na memória cada viela como se fosse um mapa tatuado na pele.
Júnior se aproximou, nervoso, fuzil pendurado no peito.
— Chefe… eles tão vindo com tudo. Tem blindado, tem drone, tem tropa de colete pesado.
RB não tirou os olhos do horizonte.
— É hoje que eles aprendem que aqui não se entra como se fo