NARRAÇÃO DE MIGUEL BAZZO...
Senti que estava prestes a perder tudo… tudo o que sonhei, tudo o que construí. Achei que a felicidade duraria apenas alguns dias. A vida parecia escorrer por entre meus dedos. Acreditei, confiei… mas estava enganado. Emma não conseguiu, não dessa vez.
Petrina, no entanto, não me deixou. Permaneceu comigo o tempo todo, firme como uma âncora em meio à tempestade. Em uma madrugada qualquer, no quarto abafado do hospital, despertei. A dor ainda ardia, mas havia algo mais vivo ali: os olhos de Petrina cravados em mim, cheios de fascínio.
Me mexi devagar na cama. A alta estava próxima, mas o corpo ainda pesava. Olhei para ela — só com os olhos — e ela sorriu, travessa, como se estivéssemos conspirando. Chegou até a olhar por cima do ombro, certificando-se de que estávamos sozinhos. Estávamos. E por um segundo, tudo pareceu voltar no tempo — como se pudéssemos viver aquele amor proibido mais uma vez, mesmo que fosse em um gesto simples, como dividir uma cama de h