Eu precisei cortar o silêncio. A conversa precisava avançar de alguma forma, e eu precisava de respostas.
— Se for mesmo meu filho...
Falei pausadamente, sem tirar os olhos dela.
— Prometo que vou ser um ótimo pai.
Ela arregalou os olhos de forma teatral, como se tivesse ouvido a maior blasfêmia do mundo.
— Como assim, "se for seu filho"?
A voz dela subiu um tom, o garçom nos olhou de soslaio da outra ponta do salão.
— Victor, isso é sério. É óbvio que esse filho é seu!
Cruzei os braços, me encostando na cadeira com calma.
— Eu só estou dizendo que, se for, eu estarei presente. Mas você precisa entender que, do jeito que as coisas aconteceram...
— Que jeito, Victor?
Ela me interrompeu, ofendida, as mãos gesticulando com intensidade.
— Você saiu de casa há praticamente a dois dias. Acha mesmo que nesse curto espaço de tempo eu poderia ter ficado com outro homem e que daria tempo de gerar uma criança? Você tá maluco?
"Ficar com outro homem?" A vontade de rir queimou no fundo da ga