CAPÍTULO 40

Eu precisei cortar o silêncio. A conversa precisava avançar de alguma forma, e eu precisava de respostas.

— Se for mesmo meu filho...

Falei pausadamente, sem tirar os olhos dela.

— Prometo que vou ser um ótimo pai.

Ela arregalou os olhos de forma teatral, como se tivesse ouvido a maior blasfêmia do mundo.

— Como assim, "se for seu filho"?

A voz dela subiu um tom, o garçom nos olhou de soslaio da outra ponta do salão.

— Victor, isso é sério. É óbvio que esse filho é seu!

Cruzei os braços, me encostando na cadeira com calma.

— Eu só estou dizendo que, se for, eu estarei presente. Mas você precisa entender que, do jeito que as coisas aconteceram...

— Que jeito, Victor?

Ela me interrompeu, ofendida, as mãos gesticulando com intensidade.

— Você saiu de casa há praticamente a dois dias. Acha mesmo que nesse curto espaço de tempo eu poderia ter ficado com outro homem e que daria tempo de gerar uma criança? Você tá maluco?

"Ficar com outro homem?" A vontade de rir queimou no fundo da ga
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