A chuva esteve caindo por quase uma hora. Quando, no fim da tarde, eles deixaram Porto Alegre, ela cobria as calçadas, açoitava os postes e edifícios e formava grandes lagoas nas ruas, refletindo as luzes de tráfego.
Mas as rotas principais estavam tranquilas e a jornada através da noite chuvosa, no grande veículo de tração nas quatro rodas que César tomou em substituição do habitual Tesla, se deu sem problemas e com conforto.
Como Cézar previu, Lavínia, banhada, trocada e acomodada em um confortável cobertor macio, adormeceu profundamente, e, nos primeiros quilômetros, apenas o ruído dos pneus e do limpador de pára-brisa quebrava o silêncio.
Dafne observava, sem ver, as grossas gotas de chuva, recordando
a festa de aniversário daquela tarde. Como se lendo seus pensamentos, Cézar quebrou o silêncio para perguntar, com um ponta de ironia impressa na voz.
-Então, gostou da comemoração?
- Sim, eu sempre gostei de festas de crianças. Observar suas expressões e a maneira de elas reagirem p