– Deixe-me acompanhá-la até seus aposentos, Suprema. – Juliano aproximou-se de mim, balancei a cabeça concordando, o desânimo começava a vagar entre minhas feições, não queria que ninguém me visse assim. Caminhamos por dentro dos corredores longos e mal iluminados do castelo, mas já não me importava, só queria um lugar para ficar sozinha. – Aqui está, se precisar de mais alguma coisa, por favor, me avise. Farei o que for preciso para que fique bem hospedada. – Havia uma pitada de timidez em suas palavras. – Está perfeito. – Na verdade, achei o quarto escuro e apertado, porém não queria discussão. Ele deu um leve sorriso de satisfação. Juliano ficou parado me encarando com feições indecifráveis no rosto, o olhei confusa. – Gostaria de me dizer mais alguma coisa? – Perguntei. – Aaah... na-nada... aahh... – Ele tossiu nervosamente. – Mandarei alguém chamá-la quando o almoço for servido. – Não irão me servir no quarto? – Eu sabia que não, mas não queria olhar para ninguém e ficar m
– Qual é a porra do meu problema?! – Murmurei zangado comigo mesmo pelo meu comportamento ultimamente, enquanto caminhava com passos largos pelo corredor.Me sinto tão frustrado e zangado ultimamente desde quando vi a Karolina correndo pela floresta no dia da coroação. Não consigo parar de pensar em como ela corria desesperadamente atrás dele, como se sua vida dependesse daquilo.– Aaaah...! Droga! – Sussurrei batendo com força a porta do meu quarto.Como sou tolo! Idiota!– Alec você é um idiota! – Murmurei sentando-me na cama. Depositei as mãos no meu rosto e apoiei meus braços nas pernas. – Preciso parar de pensar nisso!Como isso é frustrante!Minha vida inteira, meu pai e Augusto me ensinaram a ser um bom Alfa para as pessoas, ter paciência com todos ao meu redor, pois lidar com pessoas não é fácil, apesar da minha autoridade, sempre fui ensinado a ser um líder democrático e ouvir a opinião pública.Por causa disso que estou assim...Por causa de ouvir o medo das pessoas em uma m
Olhando-me no espelho mais uma vez para saber se o vestido estava de acordo com a moda feminina exigida, com um toque negro e vermelho na sua cor, muito bonito, porém o espartilho estava me sufocando, de qualquer forma decidi não reclamar e saí do quarto acompanhada da empregada que Juliano enviou e assim caminhamos até o grande salão onde estava sendo realizado o banquete de boas vindas. Avistei o casal Marcus e Clara, ela estava num vestido rosa bebê com bordados brancos em volta e Marcus vestia uma túnica marrom com bordados prata na lateral do pescoço e nas mangas dando mais destaque a sua pele mulata, com a metade do cabelo estupidamente liso amarrado atrás da cabeça e um enfeite tribal que prendia. No memento em que os dois me avistaram, ambos fizeram uma reverência para a Suprema Alfa. Dei um leve sorriso. – Sua hospedagem está do seu agrado? Qualquer coisa que não goste só nos avisar. – Marcus falou. – Está tudo bem. – O olhei de soslaio. – E como vão os preparativos do ca
Alec estava sentado numa cadeira de frente para a porta com uma caneca de cerveja na mesa e uma loira peituda de vestido azul claro no seu colo.Que diabos!Não estava preparada para ver aquilo, não acredito que fiz esse alvoroço todo preocupada com sua segurança enquanto ele se divertida com uma loira dos peitões.Aaah!Eu sei que não devo me sentir incomodada, mas... é que... eu nunca o vi com nenhuma mulher, ele não parecia ser um namorador.Mas que diabos estou pensando!? Deixe-o, é melhor assim. Que ideia mais idiota ir atrás de um homem como ele, é claro que como Alfa, ele sabe se cuidar, por que precisaria da minha ajuda?Estou me sentindo uma completa idiota em vir aqui. Agora estou parada na porta sem saber o que fazer.Virei-me para sair imediatamente daquele lugar, mas não notei no homem atrás de mim e bati na sua caneca de cerveja fazendo cair.– Você é cega?! Não olha por onde anda?! – O homem esbravejou comigo.– Des...Desculpe... E-Eu não vi... – Murmurei tentando não c
Alec descia pela escada segurando firmemente minha mão, a tal da Olívia nos encarou por um segundo antes de se aproximar com um sorriso gentil no rosto perguntando se estava tudo bem, eu a respondi educadamente que sim e apertei um pouco minha mão em volta da do Alec para que ele não soltasse, me senti satisfeita quando ele correspondeu, é sinal de que o Alec não se importa em andar de mãos dadas comigo em público mesmo com a mulher que ele já teve um caso estivesse bem na nossa frente.É muito fácil controlar minhas emoções, mas por um instante um breve sorriso orgulhoso surgiu no meu rosto por saber que Alec está disposto a me aceitar publicamente para todos, mesmo depois de ter admitido que amava o Lúcius, Alec nunca teve outra escolha além de mim e se não fosse por essa profecia, já teríamos nos casado e eu seria oficialmente sua única Luna para sempre, porém nem tudo são flores e por mais da felicidade que encontraria nos braços do Alec, o medo e a insegurança do futuro sempre me
Na maior cidade dentro do território humano, chamada Valiska, localizada próxima à fronteira que separa o território dos lobos, estava presente a mais alta patente do clero na principal Basílica, todos reunidos com seus fiéis para escutarem o tão esperado discurso do Papa João César. Aos gritos e palmas de euforia dos fiéis, ele apareceu sentado em uma cadeira de ouro sendo carregado pelos seus escravos em cada lado daquela cadeira pesada enquanto uma escrava mulata de corpo curvilíneo caminhava ao lado da cadeira luxuosa do papa com uma bandeja na mão, oferecendo-lhe frutas. Apesar de todo luxo, euforia e alegria ao seu redor, o papa não estava contente com os acontecimentos dessas semanas e ele precisava da ajuda do seu povo para rever e reparar os absurdos causados por aqueles que antes eram seus aliados, no entanto quebraram o pacto feito há milhares de anos por seus antepassados e se juntaram com o ser amaldiçoado que não tem alma e que carrega a morte para onde quer que vá, o D
Horas antes...Todos estavam se divertindo no grande salão de festas dentro do castelo, a maioria eram vampiros, depois dos lobisomens que após a junção das duas tribos, os companheiros escolhidos pela Deusa da Lua finalmente se encontraram, o que era algo raro de acontecer, agora se tornou natural. Trazendo muitos benefícios, pois os maridos infiéis serão mais devotos por causa do vínculo, e nossa raça iria se evoluir.No meio da pista de dança estavam meus casais favoritos: princesa e futura Gama Clara dançando com seu companheiro Marcus e do outro lado vi Maria Elena com o Drakon, ela pode até negar, mas o ama demais para conseguir evitá-lo.– Você me daria esta hora para dançar comigo? – Um sorriso genuíno se formou no meu rosto quando escutei a voz dele, Alec.Segurei sua mão estendida, peguei na lateral do meu vestido longo, levantando um pouco a bainha para caminhar no centro da pista. Ficamos de frente um para o outro, senti sua mão na minha cintura enquanto eu depositava a mi
– Droga! – Esbravejei quando tropecei em algo, mas me segurei em uma árvore antes de cair. Tirei meus sapatos e continuei correndo segurando o vestido dos dois lados para não tropeçar na bainha. Meus cabelos soltos voavam com a coroa em cima da cabeça sem sair. Eu enxergava a floresta com o reflexo do luar que batia nas árvores e no chão. Minhas emoções se intensificavam: raiva, medo, cansaço, confusão...Vi as tochas da aldeia que estava praticamente vazia por causa da festa de coroação, corri para a cabana em que o Lúcius encontrava-se, abri a porta e arfei quando vi que a cama estava vazia.Cadê o Lúcius?Sai do quarto e olhei ao redor o procurando, mas não vi nada além das casas e da floresta ao redor.Fechei os olhos e tentei farejá-lo, mas seu cheiro estava muito fraco. Fiquei frustrada.Então usei a ligação de sangue que temos para procurá-lo do mesmo jeito que usei quando eu briguei com o Betha Lucas e procurei o Lúcius em frente à fronteira das duas tribos.Abri os olhos e ol