Cap. 78
— Bom saber que tem talento o suficiente para aceitar um rebaixamento de cargo, — Kan respondeu em provocação, sem desviar o olhar de Maya que abaixou a cabeça. — Bom saber que também está pensando em deixar a posição que foi lhe colocada de confiança.
O clima ficou insustentável. Um dos mais velhos, tentando aliviar a tensão, pigarreou e sugeriu, em tom amistoso:
— Talvez devêssemos transferi-la de setor não por ela ser menos, mas... por ela ter bons olhos e ser bem competente com documentos, Colocá-la com outro departamento seria mais aproveitável. Alguém menos... exigente, não seria ruim, alfa...
Kan virou lentamente o rosto para o homem, os olhos escurecendo como o céu antes da tempestade. Não disse uma palavra.
Não precisou.
O silêncio que se seguiu foi tão espesso que parecia abafar até os sons da rua.
Maya engoliu em seco. Seu rosto queimava. Sentia-se uma peça trocada de mão em mão sem direito a opinião.
Não queria ser objeto de disputa, tampouco queria alimentar animo