A casa de pedra parecia ainda mais sufocante para Althea, agora que o choque inicial começava a ceder, dando lugar à dor crua da realidade. As chamas da lareira tremeluziam, projetando sombras alongadas nas paredes ásperas, enquanto um cheiro levemente adocicado de ervas queimadas se misturava ao aroma da refeição intocada sobre a mesa. O silêncio denso apenas realçava a fragilidade dos pais de Eryon, que continuavam suas tarefas como se não houvesse mais nada além do dever cego de servir.
As lágrimas correram pelo rosto de Althea sem que ela percebesse. O peito doía. A visão de duas pessoas reduzidas a meros cascos vazios, era insuportável. Como Eryon suportaria ver os próprios pais assim? Será que esse estado de torpor poderia ser revertido?
Miralen, observando seu sofrimento, soltou uma risada baixa e maldosa.
— Que cena patética — murmurou, apoiando-se casualmente na mesa. — Lágrimas por dois velhos que já não servem para nada? Você é mais fraca do que eu imaginava.
Althea levanto