Lua de sangue silenciosa, a vingança da Alfa.
Lua de sangue silenciosa, a vingança da Alfa.
Por: Keila Donner
capítulo 1

A floresta ao redor da Alcatéia Aurora parecia respirar com ela. Cada passo de Lyra era silencioso, calculado. Mesmo vestida com roupas simples, havia algo nela que desafiava o comum. Seus olhos — um violeta profundo, quase hipnótico — escondiam mais do que dor: guardavam segredos antigos.

— Está perdida? — perguntou uma voz firme atrás dela.

Lyra não precisou se virar para saber. A presença dele era intensa, como uma tempestade prestes a cair. Kalen. O novo Alfa. Alto, de ombros largos, olhos dourados que pareciam enxergar a alma. O tipo de beleza que dominava uma sala antes mesmo dele entrar.

— Apenas observando, Alfa — respondeu ela, sem vacilar.

Kalen caminhou até ficar ao lado dela. A tensão entre os dois era palpável, como eletricidade em pele nua.

— Observando... ou planejando?

Ela sorriu de lado. Um sorriso perigoso, daqueles que precedem guerra ou desejo.

— Por que não os dois?

Houve um silêncio. O tipo que pesa no ar.

— Você é uma ômega — ele disse, como quem testa.

— E você é um Alfa que precisa de ajuda. — Lyra se virou, os olhos brilhando sob a luz da lua. — Podemos fingir o que quiser, mas sei que você quer algo. E eu também.

Kalen a observou, curioso. Raramente alguém o enfrentava daquele jeito.

— E o que você quer, Lyra?

Ela se aproximou. Não muito, mas o suficiente para fazer seu perfume — algo entre jasmim e floresta molhada — atingi-lo em cheio.

— Quero Rhis. Quero que ele pague por me rejeitar.

Kalen ergueu uma sobrancelha.

— Rhis, o Alfa da Alcatéia Lua crescente?

Lyra assentiu. Os olhos dela agora tinham um brilho escuro. Sombrio.

— A Deusa da Lua nos uniu. Ele me rejeitou. Riu de mim diante do Conselho. — Sua voz oscilou entre ódio e dor. — E eu quero a cabeça dele aos meus pés.

Por um instante, Kalen viu algo... algo antigo nos olhos dela. Um poder contido. Como se o sangue dela cantasse uma música proibida.

— Por que eu te ajudaria?

Lyra se afastou, deixando o frio entrar entre eles.

— Porque eu posso te dar algo em troca. Algo que ninguém mais pode.

— E o que seria?

Ela se virou devagar, olhos faiscando.

— Vitória.

Kalen riu. Um som grave, quase sedutor.

— Você é só uma ômega.

Lyra se aproximou de novo, sem medo.

— Ninguém aqui sabe quem eu sou de verdade. Nem precisa saber. Mas se me deixar provar meu valor, vai ver que não sou só uma ômega.

Kalen a encarou. Ele gostava de desafios, mas essa mulher era mais que isso. Ela era um enigma com cheiro de guerra.

— Amanhã, ao amanhecer. No campo de treino. Me mostre.

— Mostrarei — ela respondeu, e então se virou para a floresta.

Lyra estava decidida a ter sua vingança, não importava se teria que mostrar para aquele alfa o tamanho de seu poder. Poder que por muito tempo lhe foi escondido.

Kalen sabia que aquela ômega escondia muita coisa, sua história não estava completa e as feridas com que ela surgiu na alcatéia não eram comuns, alguma coisa havia acontecido e eles iria descobrir o que tinha feito para que aquela ômega com olhar doce se transformasse em um loba perigosa.

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