Baby Ortiz
O quarto estaria completamente escuro, não fosse a pequena passagem de luz pela fresta da janela, deixada ali propositalmente para que eu conseguisse ver o Carlo dormindo sossegado. No entanto, a figura tensa parada no meu quarto me deixou bem mais inquieta.
A sinfonia tensa que se formou na minha mente pareceu piorar conforme meus olhos foram descendo em direção às mãos da Ava. Mais propriamente, ao que ela segurava entre seus dedos, como se aquele pedaço de papel velho contivesse o segredo da vida eterna.
Desconfortável, estanquei ali por meio minuto, até tomar coragem de ir até onde ela estava. – O que faz segurando isso? – meus alhos apontaram para o envelope deixado pelo meu pai.
Qual interesse Ava poderia ter com isso?
— Ah, desculpe. – Seu tom de voz fraco fez a minha nuca se arrepiar. Eu estava me sentindo gelada, e se já achava que ela estava estranha antes, agora tudo se intensificou bem mais. – Eu estava arrumando as gavetas.
— E achou por bem pegar o que não te