Volto para dentro de casa e encontro minha mãe observando seu celular com uma expressão de leve apreensão. Suas mãos tremem ligeiramente, algo quase imperceptível, e eu a observo de longe. Ela se assusta e rapidamente coloca o celular no bolso.
— Está tudo bem? — Pergunto, me aproximando.
Ela sorri sem graça, pega um pano de prato e começa a secar os copos.
— Sabe que pode me contar qualquer coisa, mãe.
Ela assente com a cabeça, se encostando na bancada da pia e apoiando as duas mãos atrás de si.
— Já é quase Natal — ela suspira, como se um peso a estivesse incomodando —. Isso significa que meus pais vão vir. Dez anos sem me ver, e agora decidem que vão vir até aqui.
Assenti com a cabeça.
— Por quê? — Pergunto, como se a resposta fosse óbvia.
— Não sei — ela responde com um sorriso amargo —. Acho que querem controlar sua vida, assim como fizeram com a minha. Tome cuidado com eles. — Ela me observa com seriedade. — Ellie, o único bem importante que eu tenho é você, e eu não vou