Um poderoso e influente senador de Nova Iorque, conhecido por sua arrogância e controle implacável, está concorrendo à presidência do país. Após um escândalo passado envolvendo a traição de sua ex-mulher, ele precisa de uma esposa para manter as aparências, mas está determinado a evitar qualquer envolvimento emocional. A solução encontrada é um casamento por contrato, onde ele planeja manter uma relação fria e distante. A filha ilegítima de um empresário à beira da falência tem como única prioridade cuidar de sua irmãzinha de quatro anos, que sofre de um delicado problema cardíaco. Forçada por seu pai e madrasta, ela concorda em se casar com o senador, sem saber que será usada em um plano cruel contra ele. À medida que se aproximam, a atração entre os dois cresce, transformando o que começou como um acordo de conveniência em um sentimento avassalador. No entanto, quando segredos são revelados, o senador descobre que sua nova esposa está envolvida com um inimigo inesperado e passa a desprezá-la. O que ele não sabe é que ela carrega um segredo que pode mudar tudo: um herdeiro. Será que o amor dos dois será forte o suficiente para prosperar e se curar, mesmo em meio à escuridão?
Leer más— Senador Walker? Uma palavrinha, por favor.
Passei pelos repórteres como um furacão, sendo seguido por dois seguranças, que tentavam afastá-los a todo custo. De outro lado, meu assessor, Kenneth Bridges, surgiu, depois de saltar do carro correndo, como se precisasse me resgatar no meio de um furacão. Mas era mais ou menos isso. — Senador? Por favor, gostaríamos de uma posição sua a respeito da Sra. Walker. O uso do meu sobrenome em referência à minha ex-esposa me fez parar no meio do caminho e me girar na direção do repórter com o cenho franzido, quase transtornado. — Ela não é a Sra. Walker há mais de um ano — joguei com muito pouca paciência, porque eles sabiam disso. O que queriam era a minha reação. As câmeras apontadas na minha direção estavam prontas para pegar qualquer deslize que pudesse me comprometer. Tiana, minha ex-esposa, escolhera a pior hora para anunciar seu casamento exatamente com o homem com quem me traíra. De fato, ela provavelmente tinha feito tudo de caso pensado. Aquela mulher fora o maior erro da minha vida. Pior de tudo: Kenneth me avisara. Ele sempre tinha razão, mas na maior parte das vezes eu não o ouvia. Era teimoso, costumava me sentir o dono da verdade, e caí em muitas armadilhas por causa disso. As melhores coisas que tinham acontecido comigo foram sob orientações daquele cara. Minha promessa a partir do momento em que tudo virou de cabeça para baixo foi que iria ouvi-lo. Fora ele que me ajudara a me eleger e que iria, sem dúvidas, me levar à Casa Branca. — Seja mais polido. Lembre-se de quem você é — Ken sussurrou no meu ouvido, fazendo sua voz funcionar como uma corda que me puxava de volta à consciência. Respirando fundo, sabendo que precisaria engolir sapo, empertiguei-me e sorri, parando e acenando para os repórteres. — Gostaria de dizer que estou muito feliz por Tiana. Não há ressentimentos entre nós. — A política nos ensinava a arte de mentir. Claro que havia mágoas, claro que eu não queria ver aquela mulher nem pintada, mas para a imprensa, nosso término foi pacífico, porque era a melhor forma de abafar o escândalo. Na época, Tiana fora flagrada saindo de um evento ao qual ela participou, como ativista, acompanhada de um ator de Hollywood que se envolvia em todas essas causas. Sempre fora um bálsamo para a minha imagem que minha esposa fosse tão preocupada com meio ambiente e com as minorias, com trabalho voluntário. Tínhamos muita fé que ela se tornaria uma peça crucial para a minha candidatura à presidência, porque seria uma excelente primeira-dama. Modelo que largara a carreira para se dedicar às causas que eu defendia – embora nunca tivesse sido um pedido meu –, linda, um ícone fashion, além de uma pessoa que todos amavam. Só que a minha paixão por ela me fez ficar cego para seus problemas com bebidas e para o quanto isso também fora uma imagem criada para seduzir seu público. Eles eram tão apaixonados por ela, que chegaram a inventar mil fanfics em suas cabeças a respeito da traição, mesmo que houvesse filmagens de Tiana com o amante aos beijos, que saíram em diversos sites de fofocas, além de outras fotos comprometedoras deles dois em outros lugares, até mesmo em uma viagem que ela deveria ter feito sozinha, por causa de um trabalho. Eu me tornei literalmente o corno para a mídia, mas surpreendentemente isso também veio ao meu favor. Minha popularidade cresceu, principalmente pela forma como lidei com a situação. Era meio absurdo que achassem cavalheiresco da minha parte que eu não tivesse simplesmente partido para a agressão. Eu jamais faria isso. Se bem que talvez essa imagem fosse associada a mim por causa do meu pai, que não era nem um pouco lisonjeiro com sua esposa – minha madrasta, muitos anos mais jovem do que ele. — O senhor está feliz por ela, mesmo depois de ter sido traído? — uma jornalista mais ousada perguntou, e eu voltei minha cabeça na direção dela como um chicote, erguendo uma sobrancelha. Eu poderia ter dado um milhão de respostas mal-educadas, embora não fosse chegar tão longe levando em consideração que se tratava de uma mulher. Ainda assim, eu ergui a cabeça, muito sério, pronto para responder. — Isso aconteceu há algum tempo. Estamos em paz um com o outro. Mentira novamente. Nunca mais tinha falado com Tiana, e nem queria. Não a amava mais, e talvez nunca tivesse amado, mas o que me doía era a deslealdade e o fato de ela ter deixado uma mancha nos meus sentimentos. Não me sentia pronto para confiar novamente e passei a ter pouquíssima tolerância para quem tentava me enganar. Tentei voltar a andar, mas outro jornalista se apressou e veio correndo ao meu lado, apontando o microfone para a minha boca, quase o batendo contra meus dentes. — Não acha que foi um pouco de falta de consideração ela ter anunciado esse casamento poucos dias depois do anúncio de sua candidatura à presidência? Talvez ela queira os holofotes para si mesma... Eu sabia que o que ele estava dizendo era verdade. Tiana não fazia nada que não fosse de caso pensado. Quando nosso relacionamento terminou, ela perdeu muito do status que conseguira, então fazia um enorme esforço para continuar na mídia. — Cada um de nós trilhou um caminho. Repito que quero que ela seja feliz, mas eu tenho mais coisas nas quais pensar. Agradeço a todos pelas perguntas. Essa era a minha deixa. Os seguranças se colocaram novamente ao meu lado, assim como Ken, que foi tentando acalmar os ânimos. Eu já tinha falado até de mais, sido o máximo simpático possível e sorri mais do que poderia aguentar. Aceleramos o passo e subimos as escadas que levavam ao prédio do meu gabinete, em Nova Iorque, estado para o qual eu tinha sido eleito senador. Normalmente eu passava bastante tempo em Washington, trabalhando no Congresso, especialmente depois que me divorciei, mas aquele assunto que iria tratar na reunião daquele dia requeria total descrição. — Rick, está tudo bem? — Kenneth perguntou, enquanto parávamos diante dos elevadores, esperando-os. — Por que não estaria? Por que não só o fato de eu ser corno foi divulgado para todo o país, mas também porque estou prestes a ter que escolher uma noiva que nem conheço? — Não fale isso em voz alta até estarmos em uma sala, fechados — Kenneth afirmou, novamente aos sussurros, olhando de um lado para o outro, como se estivéssemos fugindo da polícia. Fiquei quieto e só respirei fundo, pensando na merda em que estava me metendo. Quando me candidatei a senador, eu sabia que estar casado imporia um respeito que jamais conseguiria sendo solteiro. Mas naquela época foi fácil, porque eu estava namorando e completamente apaixonado. O pedido de casamento foi simples, e a cerimônia aconteceu alguns meses antes das eleições. O divórcio veio exatamente um ano depois, com o anúncio da traição. Aquela facada nas costas, com a notícia do casamento, surgira dias antes, pouco após o anúncio de que eu começaria minha campanha para a presidência. Não que eu tivesse qualquer esperança de que me deixassem escapar ileso, mas a relembrança de um casamento resgatara a questão de eu estar novamente solteiro. Para um presidente, isso era quase inconcebível. Eu poderia concorrer, mas nunca chegaria lá. Os eleitores eram conservadores a este ponto, por mais que eu fizesse parte de um partido – o Union Party – que tinha ideais modernas. Entramos na sala, na companhia de uma assessora de imprensa que tinha assinado um contrato de confidencialidade, e trancamos a porta, deixando um segurança do lado de fora. Ninguém poderia sequer se aproximar sem autorização. Eu e a assessora de imprensa, que se chamava Daisy, nos sentamos, e Ken jogou uma pasta à minha frente, porque aparentemente não tínhamos tempo a perder. — O que é isso? — perguntei, erguendo os olhos para ele, com o cenho franzido. — Abra a pasta e verá. Fiz o que ele pediu, mas tive um pouco de dificuldade para entender. Eram fotos e fichas de mulheres, como se eu fosse o dono de uma agência, pronto para escolher uma modelo para estrelar uma campanha de publicidade. — Isso não pode ser o que penso que seja... — cuspi as palavras. — Não vai querer que eu escolha minha futura esposa assim, vai? Kenneth não respondeu nada, o que me obrigou a dar uma risada de escárnio e fechar a pasta com raiva. — Isso é ridículo! — exclamei, me sentindo amargo. — Fazemos muitas coisas ridículas para chegar aonde queremos chegar. Rick. O que você teve que dizer lá fora também foi. Nossa vontade era xingar aquela traidora e não desejar felicidades em um casamento que está fadado ao fracasso. — Eu entendo, e já acho que essa história de casamento por conveniência é um absurdo, mas um arquivo com fotos das mulheres? Como se fosse só uma questão de aparência... Tiana era uma mulher lindíssima. O tipo perfeito de modelo, quase uma Barbie, mas isso não queria dizer nada. — Nenhuma delas foi escolhida só pela aparência, mas você há de convir que uma mulher bonita chama atenção. Pessoas gostam de coisas belas! — Kenneth sempre defendia suas opiniões com paixão. — Não coloquei apenas a foto delas. É quase um currículo, com atribuições, histórico, personalidade. — Vou me casar, Ken. Não jogar RPG. Daisy chegou a rir. Ela estava calada desde o início, e eu ainda não sabia se podia confiar cem por cento em sua discrição, mas Kenneth a tinha em alta conta. — Não importa a forma como elas estão sendo apresentadas, Rick. Infelizmente vai ser um casamento às cegas. Temos muito pouco tempo e uma história para contar. Temos que conversar com as moças ainda e convencê-las. Por isso precisamos que seja tudo feito em um piscar de olhos, inclusive a cerimônia. Você vai viajar semana que vem, não temos muito tempo. Tínhamos combinado que assim que encontrássemos a candidata ideal, o casamento seria feito logo em seguida, porque se ela desistisse, não poderíamos arriscar contar todo o plano para mais gente. Além disso, havia muito dinheiro em jogo e todo um público para convencer de que se tratava de uma história de amor inevitável, algo que só acontecia nos livros. Kenneth e Daisy pareciam ter tudo sob controle, só dependia de mim. E eu queria chegar à Casa Branca. Queria a qualquer custo o que meu pai um dia tivera. O fato de eu ser filho de um expresidente contava e muito, mas não era suficiente. Sabendo disso, bufei e abri a pasta, começando a folheá-la para escolher minha futura esposa. Se não era a coisa mais patética que já tinha feito na minha vida, eu não saberia qual poderia ser. O problema era que a política, para mim, era quase uma imposição. Era isso ou nada, porque cresci no meio dela e a respirei desde que me entendia por gente. Só que a cada jogo que eu entrava, eu queria sair como vencedor. Se fui arrastado àquele mundo, eu não iria ser só mais um. Se precisasse me casar para ser mais respeitado e ter mais chances de chegar ao topo, era isso que eu faria. Não importava que não soubesse o nome da noiva, que não conhecesse absolutamente nada sobre ela.Depois de dormir com Willow nos meus braços, só esperei que amanhecesse, troquei minha roupa e deixei um bilhete para ela, em cima da almofada. Eu ainda me sentia com o cheiro dela enquanto dirigia, e era exatamente isso que me deixava mais alucinado com a missão que pretendia dar cabo. Eu não curtia violência. Fui criado em um bairro onde ela era gratuita, já tinha visto amigos meus apanharem na rua por causa de sua cor, por puro racismo, então sempre tentei me afastar ao máximo de qualquer coisa que pudesse ser mal interpretada. Ainda assim, comecei a praticar boxe desde muito cedo, porque não queria ficar indefeso, caso algo inesperado acontecesse. Nunca imaginei que fosse precisar usar os meus punhos para atacar e não me defender. Só que quando eu cheguei no aparta- mento de Taylor Bones, e tive a entrada liberada, fiquei até surpreso, mas estava disposto a ir até o fim e enfiar a porrada naquele filho da puta, mesmo que isso me rendesse compli- cações. O que ele tinha fe
Toquei a campainha pela terceira vez, enquanto observava a tela do celular, espe- rando pela resposta de Willow.Aquilo tudo era muito estranho. A ga- rota me convidara para passar a noite com ela, mas simplesmente não me atendia. Eu tinha demorado um pouco mais do que o previsto para retornar, porque a entrega do que Regi- nald me pediu também levou mais tempo do que imaginei. Ainda assim não explicava, a não ser que Willow tivesse pegado no sono.Já estava prestes a desistir quando a governanta da casa, Lisa, surgiu correndo, fe- chando um robe ao redor do corpo.Sr. Parker? O que está fazendo aqui a esta hora? Perdão pela demora, eu... ela co- meçou a falar sem parar, depois de abrir, pas- sando a mão pelos cabelos que estavam se sol- tando do coque.Eu que te peço perdão, Lisa. É que eu tinha combinado com a Willow que viria, mas não sei o que aconteceu.Ela chegou e subiu. Deve ter dormido. Eu estava no meu quarto vendo televisão, não ouvi muita coisa.- Então acho melhor eu volt
Fazia quase dois meses que eu e Owen vínhamos passando nossos finais de semana juntos. Em alguns dias ele também passava para me buscar depois do expediente com o meu pai, e ter sua presença começou a se tor- nar uma deliciosa rotina.Duas ou três vezes ele foi me buscar na faculdade, que tinha finalmente começado, passando rápido só para que almoçássemos juntos, porque precisou fazer algo para o meu pai lá nas redondezas.Em nenhum dos nossos encontros se- quer chegamos perto de um restaurante caro, mas em compensação fizemos todos os pro- gramas mais legais, aos quais qualquer um dos almofadinhas que eu conhecia jamais pensa- ria em me levar.Caminhamos muito pelo Central Park, comendo cachorro-quente e tomando sorvete. Fizemos um piquenique, fomos ao Metro- graph, no Lower East Side de Manhattan - um cinema em Nova Iorque onde eram exibidos filmes clássicos, em sessões mais baratas. Eu conheci a mãe dele - que cozinhava como uma profissional e que me contou mil histórias de seu fil
Eu realmente gostava do meu trabalho.Era extremamente grato por tê-lo, por estarvivenciando na prática o dia a dia de um de-putado, participar de audiências no congresso,em Washington, e ter acesso a informaçõesprivilegiadas. Precisar sair de casa em um sá-bado para ir ao escritório nunca foi um pro-blema, especialmente para uma reunião brevede alocação de recursos para segurança.Uma situação emergencial tinha sur- gido durante a semana, com a entrada de al- guns suspeitos no aeroporto de Nova Iorque e haveria uma conferência com alguns mem- bros do congresso. O incidente já tinha sido so- lucionado, mas era necessário tomar medidas preventivas para novos possíveis transtornos.Seria algo breve, mas pela primeira vez acordei sem nenhuma motivação para tra- balhar, porque estava extremamente ansioso para que tudo terminasse, só para ir buscar Willow, mesmo que nosso programa daquela tarde fosse o mais duvidoso possível.Acordei, tomei um banho e vesti um terno, saindo sem come
A primeira coisa que pensei quando abri a porta da lanchonete da Sasha para ela era que estava estragando tudo.Não havia uma única chance de aquela burguesinha linda, nascida e criada em meio a luxo e riqueza, preferir aquela espelunca com todo o respeito ao lugar, que eu amava desde pequeno - ao restaurante caro e chique que eu tinha escolhido para levá-la. Se eu percebesse que estava mesmo gostando, eu me casaria com ela, porque concluiria que era uma espécie raríssima de mulher.E, Deus, ela estava tão linda naquele vestido que, mesmo tendo lavado o carro inteiro com todo o cuidado, ainda tive medo de que houvesse alguma sujeira no meu banco que pudesse marcá-la.O sininho da porta tocou, e eu fiz um sinal para que avançasse, tentando ler em cada uma das suas expressões o que ela estava achando.Era a primeira vez na vida que eu saía com uma garota rica, e minha tentativa de impressionar não foi assim tão bem- sucedida.Ainda assim, ela sorriu.A lanchonete da Sasha não era o pior
Enquanto me olhava no espelho, ajustava os últimos detalhes da maquiagem, com um batom vermelho, bem passado, respeitando os contornos da minha boca.Alisei o vestido em frente ao espelho, tentando avaliar se tinha escolhido bem. Ele era uma peça que servia tanto para uma saída casual quanto para algo mais elegante que eu esperava que não fosse o caso. Tinha uma cintura marcada o suficiente para realçar minhas curvas e um decote em coração, mas sem exageros. Descia em uma saia mais rodada, em uma estampa discreta. Completei o look com um par de sapatos de salto baixo, confortáveis o suficiente para uma caminhada descontraída, para que não tivéssemos nenhuma surpresa como no outro dia.Eu não deveria estar tão animada. Não era exatamente um encontro. Era uma artimanha para afastar Taylor da minha vida. Ainda assim era difícil não me sentir ansiosa levando em consideração que eu estava prestes a sair com o cara por quem era fascinada há anos.Ele tinha estabelecido as regras: seríamos a
Último capítulo