Podemos dizer meias verdades.
As lágrimas surgem nos meus olhos sem que eu possa impedi-las e eu desvio meus olhos de Amanda, constrangido pelo meu sentimento tão exposto.
Sinto a mão de Amanda na minha, seu dedo polegar desliza sobre ela.
—Karan. Sinto muito. Não sei nem o que dizer.
Sem olhar para ela, ainda de cabeça baixa aceno um sim e retirando minha mão da sua, limpo minhas lágrimas, resoluto a dar um basta na emoção fora de hora.
—No dia do nosso casamento, de alguma forma, você reviveu tudo isso? —Amanda me incentiva a falar.
Eu a encaro dando me conta que ainda não lhe contei sobre Samira.
—Não. Essa tragédia da perda de meus pais se uniu a outra que veio a seguir com a perda da minha noiva. Foi isso que me levou a um estado de abatimento.
Amanda me olha emudecida por um momento.
—Você foi noivo?
Aceno um sim.
—Sim.
—E pelo jeito, ela morreu também.
Sem pensar no meu gesto passo a mão na cicatriz do meu peito e alisando o buraco fundo sobre a camisa começo a discorrer aquele tenebroso dia.
Os olhos cor d