Eu continuo me dedicando aos treinos, e Lívia à sua entrada na faculdade. Enquanto ela prepara os livros, eu me preparo para ser uma guerreira.
Minha mãe quase infartou quando soube, e ainda tenta me convencer do contrário toda vez que me vê com uma espada. Na minha matilha, tive aulas de dança, decoração, artes, história do nosso povo e costumes ancestrais. Tudo cuidadosamente planejado para que eu me tornasse a Luna perfeita... do Supremo do Norte. — Eu consegui! — Lívia gritava empolgada, pulando como uma menina em uma loja de doces. — Entrou na faculdade? — perguntei, cheia de expectativa. — Isso também! Mas consegui algo ainda melhor: fui aceita como estagiária da Gladis, no Conselho Sobrenatural. Gladis, a bruxa que criou meu colar com o feitiço do escudo da alma. Foi graças a ele que descobri que o Supremo é meu companheiro sem que ele saiba disso. Uma bruxa poderosa... e levemente assustadora. — Estou orgulhosa de você! Onde vamos comemorar? Algumas coisas, confesso, aprendi rápido: encher a cara para esquecer que vivo de favor na casa de uma amiga, em outra matilha, enquanto um ser poderoso e influente esbraveja por aí prometendo matar todos que amo e destruir minha matilha ancestral... sim, definitivamente é uma delas. —Espera! — ela disse, pegando um envelope da bolsa. — Tenho um presente pra você. Quando abri, quase caí pra trás: era um recibo da autoescola. Ela tinha pago a minha habilitação. E me obrigado a ir. —Eu disse que não precisava, amiga. Lá na minha matilha a gente vive no meio da floresta... fêmeas não dirigem. Quando precisam, os machos acompanham até a cidade. —Pois quando você for Luna, me promete que vai mudar isso! — Se eu virar Luna... duvido que o Supremo me escute — resmunguei. — Ei! Você vai estar pronta pra fazer ele escutar! Você é uma Luna escolhida. E se o Alfa do Norte não te quiser... pega outro macho! Quem sabe um Lycan bem gostoso? — Não é tão simples, amiga. Minha matilha é a segunda maior. Se eu engravidar, posso reivindicar o trono. A minha matilha vira a primeira. Ele perde o trono... pra mim e pro meu companheiro. E entre perder novecentas e noventa matilhas ou exterminar a minha família inteira... acho que dá pra imaginar o que ele escolheria, né? — Você acredita se eu te disser que a deusa está te conduzindo? Você vai estar preparada. Confia em mim — disse ela, piscando um olho com aquele sorriso que tanto me aquece quanto me arrepia. — Por hoje... quero comemorar. — Vamos comemorar, amiga! — disse animada, correndo para o quarto. — E quero você fatal. Nada daqueles vestidos angelicais. Bem... então tá, né? Procurei um vestido tubinho. Preto, coberto de minúsculos paetês, moldando meu corpo como se tivesse sido desenhado sobre mim. Olhei no espelho, admirando os músculos novos que o treino me deu. Perigo em forma de mulher. Leon nos levou, acompanhado de alguns Lycans da matilha. E Eron, o Beta, claro. Segundo eles: “por segurança”. Sei. Leon e Eron se destacavam na multidão. Altos, fortes, com aquela aura que dizia “sou perigoso, mas gostoso”. E eu já tinha notado como Lívia ficava animadinha perto do Beta. Isso vai dar encrenca, pensei. Suspirei. Olhei para Leon. Outro tipo de encrenca... Dançamos e bebemos bastante na comemoração. No final, Lívia resolveu voltar com Eron no carro dele. Pela deusa… Sobrou pra mim... ir com o Leon. — Se divertiu, ruivinha? De alguma forma, com ele, eu me sentia à vontade. Tão fácil... — Sim. Sua irmã está radiante. Fiquei feliz por ela — respondi, sincera. — E aquele espartilho vermelho... — ele disse, com um sorriso torto — consigo te ver perfeitamente nele quando fecho os olhos. Não sei se foi pela bebida, ou porque eu realmente queria... Mas olhei pra ele com um ar provocador. — Hmmm... posso te mostrar a calcinha nova que estou usando hoje. Quer ver? Ele arqueou a sobrancelha, claramente surpreso. Amei essa sensação. — Só está falando isso porque eu tô dirigindo — respondeu ele. Levantei uma sobrancelha. E comecei, devagar, a subir o vestido. Deliberadamente abaixei minha calcinha preta. Uma rendada, fio-dental, delicada fiz sem tirar os olhos dele. Depois, calmamente, coloquei no porta-luvas do carro. Leon engoliu em seco. Mudou de marcha com certa urgência, enquanto sua mão descia pela minha coxa. Abri as pernas, sentindo o calor subir quando ele começou a massagear a carne macia em volta do meu ponto mais sensível. Meu corpo inteiro acendeu. A umidade já começava a denunciar o quanto eu estava entregue. Então ele subiu mais. E apertou com firmeza, exatamente onde eu mais queria. — Leon... — gemi seu nome, a voz falhando entre o prazer e o risco.