Seu cheiro forte de macho alfa é um afrodisíaco irresistível, mas minha loba não se empolga tanto quanto eu. Ela se recolhe no fundo da minha mente, desconfiada.
— Para, Leon... Eu sou prometida ao Supremo. E você sabe o que significa me entregar. — Claro, Eliz. Mas você tem um probleminha. E quando ele começar a queimar, venha a mim — ele disse com um sorriso enviesado — se não quiser ir direto ao Supremo. — Huum? — franzi a testa. Do que ele estava falando? — Seu cio — respondeu ele, encostando o rosto no meu pescoço e inspirando fundo. — Está chegando. Já consigo sentir. Posso te dar o alívio que você vai precisar... sem tirar sua virgindade. Prometo. A voz dele era um deleite para meus ouvidos. Um sussurro quente que percorria minha pele. E ele sabia o efeito que causava. O safado sorriu maliciosamente, percebendo minha reação... e entrou no quarto, fechando a porta atrás de si. Fiquei boquiaberta por um segundo antes de sair correndo para o meu quarto. Tomei um banho gelado, tentando esfriar as ideias, e o corpo. Será que eu podia confiar em Leon? Será que posso confiar em mim com ele? E se eu contar que já sei que o Supremo é o meu companheiro? De frente para o espelho, já vestida, observei minha imagem. Escolhi um dos meus vestidos de algodão branco, com pequenas florzinhas azuis. Eu não sou alta como a lycan Lívia, mas não me considero baixinha com meu um metro e setenta e dois. Meus cabelos ondulados ruivos e as sardas — meio sem graça, confesso — me deixavam com um ar inocente. Será que foi por isso que o Supremo procurou outra fêmea para se saciar? — Vamos? — Lívia apareceu, usando uma minissaia jeans e uma camisa transpassada branca. Se eu me vestisse assim, minha mãe enlouqueceria. Afinal, devo guardar meus “atributos” para o Supremo. Na garagem, ela escolheu um conversível vermelho. Eu nunca tinha visto um carro assim de perto. O Supremo só tem SUVs ou caminhonetes enormes. Ela deve ter notado meu olhar. — Quer dirigir? — perguntou, chegando perto e sussurrando como uma menina prestes a aprontar. — Não, amiga. Nem sou habilitada. Ela entrou rapidamente no carro, ligando o motor potente. Assim que me sentei e comecei a colocar o cinto, ela saiu acelerada. — Eu também não sou! — Sua maluca! Para, que eu vou descer! — gritei, mas ela riu descaradamente, sem dar ouvidos. — Que certinha, Eliz... Você é o sonho de qualquer macho: linda e doce. — Não é bem assim... — murchei um pouco. Ela franziu a testa, e logo corrigi: — Quer dizer... já estou prometida. Nem sei como vai ser. — Entendi... Comprei um novo celular e enviei meu número para minha mãe assim que o liguei. Estávamos cheias de sacolas. — Olha aqueles humanos lindos nos olhando naquele restaurante! Vamos entrar! Acabei de perceber: minha amiga não está esperando ansiosamente um companheiro, como as fêmeas da minha matilha. Os rapazes eram realmente bonitos, para os padrões humanos. Tentavam nos impressionar, mas, sinceramente, não vi graça. Um pouco magrelos demais para o meu gosto. Sem julgamentos, claro... mas cresci admirando a força do meu pai, um alfa, e os dois metros todos trabalhados do Supremo. Perto deles, esses humanos pareciam... filhotes. — Temos que ir, rapazes. Foi bom conhecer vocês! — Lívia me puxou de volta para a movimentada rua cheia de humanos de todos os tipos. Nunca vi tantos juntos assim. — Eliz, olha! Eu amo essa marca de lingerie! — ela exclamou, empolgada. Ri com sua animação. Parecia que estava escolhendo roupa para um desfile. Meu riso morreu assim que vi as peças minúsculas de renda. Um calor de pura vergonha subiu até minhas orelhas. Tinha certeza de que estava corando feito um pimentão. — Ah, não... — Que tal um espartilho? — perguntou ela, exibindo um modelo de renda finíssima em um vermelho vivo. — Nem morta! — protestei. Mas algo nos olhos dela mudou. O azul ganhou pontos violetas. — Vamos levar — disse, com um meio sorriso malicioso, entregando à vendedora, que saiu correndo antes que eu pudesse abrir a boca. —Eu nunca usei uma dessas. Minhas calcinhas são todas de algodão... — sussurrei, envergonhada, sem querer que todos escutassem. Lívia segurou gentilmente meu rosto entre as mãos. —Vamos provar quando chegarmos em casa, em frente ao espelho. Quero te mostrar uma coisa que, pelo jeito — ela me olhou de cima a baixo — você ainda não percebeu. Quando voltamos, dona Lêda já nos esperava com a mesa posta para a família toda, inclusive o beta Eron. Subimos, e Lívia me fez experimentar peça por peça em frente ao espelho. Até que chegou a hora do famigerado espartilho. — Eliz, sai desse banheiro já! — ela insistia, pela milésima vez. Abri a porta morrendo de vergonha, querendo me esconder com as mãos. Ela deu um tapa leve nelas. — Você vai ficar nua toda vez que se transformar em loba. Seja prática. Eu bufei. — Olha isso... — ela apontou para o espelho enorme à nossa frente enquanto amarrava os cordões. Depois passou a mão suavemente pela minha cintura. — Você tem olhos verdes com pontos âmbar, que ficam completamente âmbar quando excitada, como naquela hora em que me atacou na arena. Seu rosto é angelical, encantador. Seus cabelos vermelhos te dão um toque de força. E esse corpo curvilíneo... está mais pra uma diabinha: sensual e pecaminosa. Me olhei com atenção. E rimos. Eu tinha que concordar: de hoje em diante, prefiro ser essa nova Eliz. O celular de Lívia tocou. —Bem... eu já vou indo. Assim que ela abriu a porta, Leon passou pelo corredor e me viu de espartilho. Ele arqueou uma sobrancelha. Rapidamente, bati a porta, encostando de costas, o coração disparado.Me olhei com atenção. E rimos. Eu tinha que concordar: de hoje em diante, prefiro ser essa nova Eliz. O celular de Lívia tocou. — Bem... eu já vou indo. Assim que ela abriu a porta, Leon passou pelo corredor e me viu de espartilho. Ele arqueou uma sobrancelha. Rapidamente, bati a porta, encostando de costas, o coração disparado. Se ele já me provocava antes...agora é o fim da minha sanidade mental.