Dentro do elevador, a voz de Zara soava extremamente clara.
Orson, por outro lado, havia ficado em silêncio. Aproveitando aquele momento, Zara finalmente conseguiu soltar o último dedo dele que segurava sua mão. Em seguida, ela deu um passo para trás.
Orson sentiu a palma da mão subitamente vazia. Seus dedos se curvaram involuntariamente por um instante, antes que ele parecesse despertar de repente. Ele olhou para Zara e falou com a voz um pouco áspera:
— Eu não.
Aquela desculpa pálida fez Zara soltar uma risada baixa.
Ela, é claro, não acreditou na justificativa dele. Afinal, as palavras que saíam espontaneamente eram geralmente as mais verdadeiras.
Aos olhos dele, ela era apenas alguém que vivia seduzindo outros homens. Zara não tinha esquecido que essa não era a primeira vez que isso acontecia. Ele já havia dito algo parecido antes, até mesmo usando o que Roberto havia tentado fazer com ela no passado para humilhá-la.
Nesse momento, o som de um “ding” ecoou no elevador