Mesmo naquele momento, Orson ainda não olhou para Fiona. Seu olhar vagou pelo salão, observando os arredores, enquanto suas sobrancelhas se franziram levemente.
— Orson. — Fiona chamou por ele, incapaz de esconder a mágoa em sua voz.
Só então ele pareceu voltar à realidade. Após lançar-lhe um breve olhar, entregou-lhe o presente que trazia nas mãos.
— Parabéns.
Fiona não esperava que tudo o que receberia dele fosse um simples e vazio "parabéns".
Sua mão apertou-se involuntariamente. Foram necessários alguns segundos até que ela, como se voltasse a si, estendesse a mão para pegar o presente.
— Obrigada.
O estojo vermelho, de tecido refinado, passou das mãos dele para as dela, mas Fiona não pôde deixar de notar o toque breve nos dedos de Orson. Estavam frios como gelo.
Ela ergueu os olhos para encará-lo, mas a expressão dele permanecia inalterada. Orson apenas recolheu a mão com calma, como se nada tivesse acontecido.
Nesse momento, Evander aproximou-se.
— Sr. Orson, seja bem-vindo.
Ele