Luiza narrando:
Estava esperando o horário do voo junto com a Carla, a sala de espera estava vazia, o que me deixou um pouco intrigada.
- Está vazia não é mesmo?
- Esse horário os voos já vem cheio de outros lugares.
Tinha apenas movimentação dos seguranças e bastantes seguranças.
- Você não quer ir ao banheiro antes de entrar no avião? No avião é meio ruim para ir.
- Boa ideia, vamos lá então!
Andamos juntas até o banheiro, Carla entra na minha frente e quando ia entrar sinto que alguém me pressiona contra a parede eu estava de costa e não conseguia ver quem estava ali.
- Não grita - sinto o cano da arma encostando-se ao meu pescoço.
- Quem é você? - Eu falo e sinto quando as minhas mãos são amarradas.
- Bem vinda ao inferno querida - Carla fala na minha frente.
- O que está acontecendo aqui? - Eu pergunto para ela que começa a rir.
- Me solta - eu tento me debater -, isso é uma pegadinha?
- Não, é a pura realidade - o cara fala e me vira de frente para ele, eu encaro os seus olhos e ele me encara.
Sinto um pano no meu nariz, tento me debater, mas aos poucos eu vou apagando, o cara me segurava firme o que impedia de mim mexer.
(...)
Abro os meus olhos e começo a ver que eu estava dentro de um quarto, olho ao meu redor vendo que tinha mais algumas mulheres ali, olho para elas com olhar de desespero. A minha cabeça doía muito e eu não tinha nem noção de quanto tempo eu estava dormindo.
- Você está bem? - Uma moça morena pergunta -, meu nome é Marta e o seu?
- Luiza, que lugar é esse? Onde eu estou? - Eu olho envolta vendo as meninas me olharem, a maioria com olhar de pena.
- Você foi vítima de uma quadrilha – ela responde.
- Quadrilha?
- Meu nome é Suelen - uma menina ruiva fala -, tráficos de mulheres, somos enganadas com promessa de trabalho.
Eu negava com a cabeça querendo não acreditar naquilo.
- E somos obrigadas a nos prostituir. Eles ameaçam nossa família, ameaçam nos matar e acabamos tendo que fazer tudo que eles querem - Marta fala.
- Eles quem?
- Carla e o seu namorado Marcelino, tem o Marcos e o seu irmão que é o chefe do tráfico, o líder de tudo, mas ninguém sabe o nome dele - Marta fala.
- Isso só pode ser um pesadelo.
- Não os enfrente, para sobreviver aqui dentro você não pode fazer isso - Samara fala.
Eu a encaro e seguro o choro, que merda de lugar a que eu vim parar.
Como confiei em Carla dessa forma? Meus pais confiaram nela. Nos três confiamos nela. Eu não conseguia acreditar que tinha sido enganada dessa forma.