Kiera não dormiu naquela noite.
Desde que abrira o Livro Vivo, sua mente fervilhava com imagens que não vinham de sua própria memória — vultos de cidades que nunca existiram, nomes que ecoavam como tambores dentro do crânio, e uma risada, baixa e contínua, como se alguém estivesse ali, atrás dela, sempre.
Kieron percebeu a mudança. Ela estava mais pálida, mais tensa. Seus olhos se moviam como se vissem uma paisagem paralela.
— Kiera, você leu mais do que deveria? — ele perguntou, ao encontrá-la sentada no chão da biblioteca, o livro fechado ao seu lado.
— Não li… o suficiente. — Ela sussurrou. — Mas uma coisa leu a mim.
Havia uma pausa no tempo depois daquelas palavras. Um ranger imperceptível no ar. E então a respiração do lugar mudou.
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Na manhã seguinte, quando os membros da Ordem se reuniram, o chão do salão principal estava coberto de símbolos. Marcas em espiral, linhas finas como costuras feitas a fogo. O Livro Vivo agora flutuava, girando lentamente sobre o altar.
E no centro