Capítulo VIII - O acaso

Mayara sabia que não deveria ficar pensando muito naquele rapaz, pois eles eram de mundos completamente distintos e o que poderia sobrar para ela seria somente lágrimas. Não ia procurar saber quem era, porque poderia aumentar mais sua ansiedade, gerar expectativas e trazer muita dor. 

Ela tinha ciência do quanto seria difícil deixar de pensar em Evans, mas uma hora ela esqueceria. Ela não podia perder o foco e ele era apenas uma distração na cabeça dela para desviar dos seus objetivos. Decidiu não perder mais tempo e relaxar para fazer a prova. Assim que acabou de responder às questões ela entregou a prova e saiu, porque assistiu as duas primeiras aulas e quando fizesse a prova poderia ir embora.

Mayara havia falado com a Flávia que hoje não esperava por ela, pois tinha umas tarefas para terminar em casa e não tinha treino de voleibol na segunda-feira. Ela saiu da escola e precisava atravessar a avenida para chegar ao ponto de ônibus. O sinal estava aberto para os carros e ela aguardava próximo da faixa de pedestre.  E um carro chamou a atenção dela. Era um carro esportivo de cor azul. O sinal fechou e o carro parou antes da faixa de pedestre. Ela atravessou a rua, mas não conseguiu resistir e continuou olhando para o carro pensando que ele poderia fazer parte do seu sonho de consumo, em um futuro distante. 

Ela não conseguia ver dentro do carro, mas quem estava dentro do carro certamente conseguia ver tudo o que estava acontecendo lá fora.

Evans não acreditou no que estava vendo. Era ela a garota da festa desfilando na sua frente com aquele corpo deslumbrante.  Ela andava como se estivesse desligada do mundo pensando em coisas alheias e com aquele delicioso ar jovial. Quando ela andava com o cabelo preso no topo da cabeça balançava de forma descomprometida e a tornava ainda mais sensual. O sinal abriu e ele precisava seguir em frente, pois seu pai o esperava na empresa. Mas ele já sabia que ela era uma estudante por causa do uniforme. Certamente voltaria naquele local para encontrá-la. Precisava saber seu nome, ouvir sua voz e até se decepcionar para esquecê-la de vez, pois sabia que não eram compatíveis. Não seriam aceitos pelos seus familiares.

Logo uns quarteirões à frente, Evans precisou parar o carro, pois seu coração estava acelerado e ele poderia causar um acidente, diminuiu um pouco a velocidade e parou no acostamento, respirou fundo e seguiu viagem com muita cautela, pois ainda ouvia os batimentos. Eram mistos de sentimentos que ele jamais havia experimentado. Todos seu corpo pulsava por aquela mulher. Ele a desejava. Ele a queria.

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Chegando na empresa diante de um um portão alto de aço Evans espera que ele se abra tocando os dedos no volante do carro. Assim que o portão se abriu ele chegou em um amplo estacionamento cheio de carros de luxo. Era o local reservado para os cargos elevados e gerentes. Evans tinha um local exclusivo para estacionar. Estacionou e em poucos passos alcançou o elevador, que estava parado no térreo, entrou e apertou o último andar. Era um prédio suntuoso com paredes de vidro que refletiam uma cor escura não deixando ver o que acontecia dentro das salas, mas quem estava lá dentro tinha visão panorâmica.

Evans chegou no andar que tinha apenas três imensas salas onde ficava seu pai, o Diretor Geral na unidade da Cidade e a sala dele o CEO de todo o Empreendimento FLS. As salas possuem isolamento acústico e cada um deles possuía uma Secretária Executivas para serviços administrativos, acompanhamento de agendas, dentre outros serviços.

Mirtes Oliver era a Secretária Executiva de Evans. Uma mulher linda, sempre maquiada, de estatura mediana, com aproximadamente 1,65m sempre em seu salto alto, impecável com seu vestuário e perfume delicado que sempre estava sob medida. Não tem como deixar de percebê-la sentada em sua mesa e sempre atenta a tudo. a porta do elevador se abre e logo ela avista o seu chefe.

Mirtes: Bom dia, Sr. Evans! Como foi a estadia na Europa?

Evans: Bom dia, Srta. Mirtes! Foi muito produtiva.

Ela passa pela mesa dela e entra na sua sala. Uma sala imensa, que cabe à casa de Mayara com seus seis cômodos. Logo à direita na parede uma linda pintura estimada em milhões de dólares, abaixo um sofá de três lugares e duas poltronas que acompanham a pintura, com seus altos valores. Na mesa ao centro repousa uma escultura trazida da Tailândia. Um tapete em tom pastel compõem o lado direito da sala. Já do lado esquerdo uma grande mesa de madeira nobre com entalhes perfeitos é destaque para a composição das três cadeiras que a contornam, duas de um lado e uma do outro, ao fundo, sendo a terceira uma cadeira grande, suntuosa e confortável. E outro tapete compõem o lugar. Toda a decoração foi feita pensando em Evans. Ela imprime seu bom gosto e contraste. Espaços distintos que conversam e fazem com que a sala se torne um local aconchegante. Na parede encontra-se um grande móvel com algumas pequenas esculturas, um relógio, também trazido de lugar distante, um pequeno bar com bebidas e copos variados e no seu acabamento tem uma porta que vai para um discreto closet com algumas peças de roupa e um banheiro, que poderia ser definido como um spa. Todo revestido em mármore carrara e, todos os acessórios do banheiro acompanham a arquitetura: banheira, pia, e outros. Com muito bom gosto e seus valores de milhares e milhares de dólares.

Ele colocou sua pasta na mesa e logo que sentou na cadeira ligou para seu amigo Jonas, sem exitar. O telefone tocou umas duas vezes e logo Evans ouve a voz do amigo.

Jonas: Oi Evans, bom dia! Agora estou acordado... hahahahaha

Já era quase meio-dia e Jonas ainda estava tomando seu desjejum. Segunda-feira era sempre o dia de descanso dele, porque os eventos que organizava tomavam muito seu tempo. Nas segundas ele dormia até tarde e tirava para curtir um pouco.

Evans: Peço desculpas novamente por incomodar você tão cedo hoje.

Jonas: Acredito que tenha sido por uma boa causa. Conseguiu alguma coisa?

Evans: Pede para pesquisarem o nome das mulheres na lista, mas não acharam nenhuma com as características que dei. Perdi um tempo da minha manhã procurando o nome daquela garota em vão.

Jonas: Sinto muito. Depois posso conversar com a Sarah para saber se ela sabe quem foi que levou a moça para trabalhar na festa. Como te falei, ela contrata e às vezes dependendo do local os contratados podem levar mais uma pessoa.

Evans: Na verdade estou te ligando para dizer que vi a garota.

Jonas: Como assim? Onde?

Evans: Atravessando a faixa de pedestre na minha frente. Ela estava de com o uniforme daquela escola Municipal MM, lembra qual é?

Assobia do outro lado e diz:

Jonas: Cara, tem realmente algo magnético nisso. E já mandou procurar por ela?

Evans: Acabei de chegar na empresa. Providenciarei a busca. 

Ele se despede de Jonas e desliga o telefone. Pega uma peça de decoração na mesa e a observa com admiração. Logo pede para a Srta. Mirtes chamou o Sr. Frederico e pede que após a saída dele avise o seu pai que ele já está na empresa.

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