Capítulo V - do outro lado da cidade

É domingo e para Mayara Santos é dia de preparar o almoço e comer com a família. Tradicionalmente ela prepara: frango refogado ou frito maionese e macarronada, apesar de gostar de inovar e fazer pratos diferentes. 

O domingo é seguido de rituais e sempre na parte da tarde ela costuma sentar no portão para conversar com as vizinhas e no final do dia sai com os amigos, incluindo, Flávia e seu noivo. Era um programa marcado. 

Por ser o último momento do final de semana não iam longe. Sentavam na mesa de um barzinho em um bairro próximo da Vila. Pediam umas cervejas e alguns petiscos. Não demoravam no local e sempre dividiam a conta. Mayara era muito comunicativa e fazia amizade muito fácil. Apesar de o grande número de amigos serem do sexo masculino, ela não apresentava nenhum interesse por eles.

A sua repulsa por homens era muito grande, porque após conseguir fugir das investidas de seu irmão ela passou a ser agredida por ele. Ou pelo pai dela que acreditava em tudo que ele falava. Ele chegou a inventar que Mayara estava ficando depois do horário na escola para ficar namorando os garotos. E não era nada disso. Ela jogava vôlei e ficava depois do horário treinando. Ela sempre pensou que a liberdade dela era muito importante e precisava preservar, pois sabia que a desobediência a faria perder sua liberdade. Para trabalhar não havia impedimento de horário, mas para diversão era sempre com horário marcado de chegar em casa.

E o cronograma seguiu como de costume. Mas parecia meio automático, porque Mayara não conseguia se concentrar no tempero e na emoção deste dia que até então, para ela sempre era especial. O tempero era sempre uma festa. Devido a proximidade das casas todos os vizinhos deliravam com um aroma incrível. Os vizinhos (homens) casados pensavam: "Além de gostosa, cozinha como ninguém." Mayara nunca se importou, porque o prazer dela era fazer com que as pessoas ficassem felizes com o seu tempero. Cozinhar para ela sempre foi um prazer, prazeroso.

Ela fez bem o trivial. Aquele dia passou como deveria passar, mas ela não se sentia normal.  Algo estava diferente.

De repente toca o telefone que ficava na mesinha da sala. Mayara diz: pode deixar que eu atendo. Do outro lado da chamada Flávia se identifica.

Flávia: O que aconteceu com você hoje? Você não estava com a agente. Conversamos e suas respostas eram automáticas.

Mayara: Então. Preciso conversar com você sobre isto. Sabe ontem na mansão? Pois é vi um homem de outro mundo, não consigo tirá-lo da minha cabeça. Ele estava numa daquelas salas imensas e chiquérrimas da casa. Não paro de pensar nele.

Flávia: Sério? Preciso descobrir quem é. É a primeira vez que ouço você falar de alguém com tanto entusiasmo. Até sua voz está diferente. Precisamos descobrir quem é. De onde vem e para onde vai. hahahaha. - gargalhadas do outro lado da linha. Flávia sempre entusiasta.

Mayara: Na verdade não sei se preciso saber quem é. É de outro mundo. Tipo outro país. A minha intenção de ir para outro país, mas não é necessariamente assim. ( risos meio tenso)

Flávia: Amanhã te encontro na escola. Vamos conversar. É muita coisa para conversar no telefone. Minha mãe está por perto é preciso que me conte tudo.

Mayara: Sim. Conversamos amanhã na escola.

Flávia já estava indo aos 19 anos de idade e estava terminando o ensino médio junto com Mayara. As duas cresceram juntas na Vila e se conheceram, Flávia já tinha 10 anos. Ela teve um problema com sua transferência de escola, por isso perdeu um ano e uma reprovação. Flávia estava meio desligada e não tinha intenção nem de continuar a estudar, tinha um pouco de aversão a escola e suas regras. Estudar para ela era realmente um sacrifício.  Ao contrário de Mayara que era muito aplicada nos estudos e tinha a intenção de seguir em frente, fazendo faculdade e outros cursos que a ajudassem a realizar seu sonho.

Dormir para Mayara estava se tornando um suplício. A cama se tornava como que tivesse espinhos e ela não conseguia dormir. Virava de um lado e do outro e quando fechava os olhos só vinha a sua frente a imagem daquele homem. Com o corpo todo tenso ela precisava acalmar. Decidiu tomar um banho. Entrou no banheiro e jogou sua roupa dentro do cesto de roupas. Ela sentia que ia implodir de tão quente que estava. Ligou o chuveiro e quando a água começou a cair no seu corpo bronzeado e fazer com que ela sentisse seus seios rijos. Então ela desceu suavemente seus dedos longos pela sua pubis e logo encontrou seu clitóris pulsante e com a outra mão ela acariciava o bico dos seus seios. Sua respiração ficava cada vez mais ofegante. Com o toque leve dos dedos ela se acariciou até  gemer de prazer. E em seu pensamento somente Evans. 

Ela conseguiu terminar o banho e saindo do banheiro vestiu uma blusa de malha e uma calcinha que a fez se sentir confortável. Deitou na cama e aí conseguiu dormir. Com muitos sonhos que não conseguia defirnir. Em um momento ela conseguiu encontrar com aquele homem e ele suavemente tocou seu rosto. Mayara suspirou com tanta intensidade que acordou sua irmã. A irmã de Mayara acordada e preocupada com o que estava acontecendo viu que era somente um sonho e que ela ainda dormia, deitou-se e novamente pedgou no sono.  

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